A ESCOLA, O ANALFABETISMO E A INTRUÇÃO PRIMÁRIA OBRIGATÓRIA NA PERSPECTIVA DE OLAVO BILAC
Palavras-chave:
Intelectuais; Educação; Analfabetismo.Resumo
Esse trabalho é dirigido ao eixo temático Intelectuais e projetos educacionais e tem como objetivo ressaltar a imagem de Olavo Bilac como um intelectual da Educação na Primeira República, através do seu pensamento político e social sobre a escola, o analfabetismo e a instrução primária obrigatória. A intenção é problematizar o lugar que Bilac percebe a Educação naquele contexto histórico. Por exemplo, Olavo Bilac (1902), em artigo publicado no vespertino A Notícia, chama o Rio de Janeiro de cidade de analfabetos. Sua indignação maior, é o fato de que a instrução primária no Brasil não é obrigatória e que o Brasil, de todos os países da América é o que tem o maior número de analfabetos.
Vemos Bilac como um intelectual mediador, segundo o conceito metodológico de Sirinelli (2003), na medida em que ele foi um ator político-social em várias frentes no campo da Educação, através de seus livros, artigos em jornais e inclusive com cargos de gestão pública na educação.
No presente artigo, utilizaremos como fonte crônicas escritas e publicadas por Bilac em diferentes jornais da época como O Estado de São Paulo, A Notícia, A Gazeta de notícias e algumas de suas obras.
Para dialogar com o intelectual, trazemos no texto autoras como Lilian Moritz Schwarcz (2019) e Dulce Pandolfi (2020) refletindo sobre as questões históricas relacionadas ao debate como a desigualdade social e as questões raciais. (SCHWARCZ, 2019) lembra que com a proclamação da República, a União passou a controlar o ensino secundário e o superior, enquanto que para os Estados, ficou a missão de abrir escolas primárias e cursos profissionalizantes: as escolas técnicas para os homens e as escolas normais para as mulheres. As teorias raciais, legitimadas pela ciência, tornarão esses espaços de possibilidade de mobilidade social, um impeditivo para os negros. Dulce Pandolfi (2020) enumera as razões estruturais para a desigualdade social no país: as razões históricas; as formas de rupturas; as formas que a sociedade brasileira incorporou os seus direitos e como construímos nossas narrativas histórica
Entendemos que Olavo Bilac compreende a Educação e principalmente, a instrução primária obrigatória no Brasil como fundamental para o desenvolvimento do país, contrariando as teorias raciais da época. Para o jornalista, a falta da obrigatoriedade da instrução primária, é substituída pela boa vontade, propaganda e coragem incansável dos professores.