ESPAÇOS DIGITAIS NA PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Autores

  • Bruna Luiz dos Santos IFRS - Campus Osório
  • Lorrana dos Santos Gouvêa IFRS - Campus Osório
  • Maria Augusta Martiarena IFRS - Campus Osório

Palavras-chave:

Acervos digitais, Repositórios online, História da Educação

Resumo

Diante do cenário pandêmico, a História Digital da Educação foi um importante meio para realizar pesquisas durante o período de isolamento social, um nicho relativamente recente, que recebe a nomenclatura de Humanidades Digitais. Por isso, o presente trabalho dedica-se a apresentar uma breve discussão sobre acervos digitais, com o objetivo de refletir sobre a utilização desses espaços. Martins e Dias (2019) apresentam um levantamento de dados realizado em 2018 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) a fim de compreender a presença e a adoção das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nos equipamentos culturais brasileiros. Desses dados, no caso de arquivos, menos da metade disponibiliza o acervo digitalizado para a internet. Porém, as dificuldades antecedem o processo de disponibilização dos acervos digitalizados para a internet: falta de financiamento e escassez de equipe qualificada não permitem realizar todas as etapas necessárias do processo que resultam nos repositórios online que temos livre acesso. A partir do contato com os acervos digitais, Santos (2021) afirma que é preciso  manter-se atento às metodologias utilizadas, tendo em vista que, durante a digitalização dos documentos, muitos destes têm fragmentos, pequenos ou grandes, corrompidos. Ou seja, mesmo com o suporte de mecanismos tecnológicos, como o reconhecimento ótico de caracteres, as partes deterioradas ou com má qualidade de imagem ou iluminação são automaticamente desconsideradas, pois não são reconhecidas. Por isso, não se deve abrir mão do rigor metodológico que o historiador deve ter com qualquer outro tipo de arquivo. Apesar disso, o acesso às fontes de pesquisa é possibilitado através dos chamados documentos digitais (VIDAL, 2021), tendo em vista a possibilidade de realização de uma investigação em larga escala, as quais em acervos físicos seriam inviáveis ou demandariam um trabalho sobre-humano. Dessa forma, ainda que um dos motivos para se  optar pelos documentos digitais seja por conta de sua facilidade de acesso, destaca-se o importante papel dos acervos digitais na construção da memória, principalmente no âmbito das instituições educacionais. Isso porque a transferência do conhecimento às gerações futuras é facilitada por meio da manutenção dos acervos digitais. Tendo isso em vista, Vidal (2000) relata sobre a impossibilidade de recusar o produto eletrônico atualmente, levando em consideração que a linguagem virtual possibilitou a constituição de novas práticas de leitura e escrita. Afinal, não é possível deixar de lado o digital no contexto contemporâneo da atualidade. Entretanto, ainda que o uso de recursos tecnológicos nas pesquisas na História da Educação não seja tão recente, existem poucos acervos e repositórios disponíveis online. Logo, a pesquisa em espaços digitais deve ser mais reconhecida, para, assim, contribuir na democratização do acesso às fontes de pesquisa e na construção da memória educacional.

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Biografia do Autor

Lorrana dos Santos Gouvêa, IFRS - Campus Osório

Licencianda em Letras.

Maria Augusta Martiarena, IFRS - Campus Osório

Licenciada em História (UFPel), Mestre e Doutora em Educação (UFPel), e Pós-doutora em Educação,
História e Políticas (UNISINOS). 

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Publicado

2023-08-17

Edição

Seção

EIXO TEMÁTICO - Patrimônio histórico educacional, arquivos e acervos