PERCURSOS EDUCATIVOS EM DUQUE DE CAXIAS: IMAGENS DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO GOVERNADOR ROBERTO SILVEIRA
Palavras-chave:
IEGRS, Duque de Caxias, Instituições educativasResumo
Este trabalho configura-se em um recorte do projeto de pesquisa desenvolvido pelo Centro de Pesquisa, Memória e História da Educação da Cidade de Duque de Caxias e Baixada Fluminense (CEPEMHEd), no qual se pretende compreender os diferentes processos que permeiam a educação na cidade, tanto no que diz respeito à organização formal das redes de ensino, quanto à presença de outras instituições e agentes que tiveram atuação na educação na cidade e na região. Neste recorte, vamos nos ater a um dos braços do projeto: a investigação sobre as instituições educativas. O contexto do município de Duque de Caxias na década de 1960, pouco depois de sua emancipação ocorrida em 1943, voltava-se para a crescente urbanização do território, condicionado pela criação de indústrias e rodovias que facilitavam o crescimento econômico. Da mesma forma, o crescimento populacional promovido, também, pela proximidade com o município do Rio de Janeiro foi um elemento central para a ocupação da região. Os processos educativos contavam com poucas instituições que, na maioria das vezes, foram operacionalizadas em espaços como bares, casas, galpões, varandas, entre outros locais, que não haviam sido construídos, intencionalmente, com o objetivo de desenvolver educação formal. Isto posto, no ano de 1962, foi criado, na cidade de Duque de Caxias, o Instituto de Educação Governador Roberto Silveira (IEGRS), com a atribuição de ofertar formação de professores, em âmbito público. Neste trabalho, procura-se compreender o percurso de criação de uma instituição educativa de formação de professores, em uma cidade cujos processos de urbanização e industrialização apresentavam-se em estágio inicial, no período entre 1962 e 1970, identificando os sentidos e as relações que motivaram a sua constituição. Convém analisar o movimento das singularidades da instituição educativa e dos vestígios deixados pelas relações sociais que se conformam nas relações instituídas (SANFELICE, 2016) no território. Entende-se que o objeto singular é visto a partir de sua gênese nos processos sociais mais amplos, partindo da aparência imediata da imagem em direção às mediações que a constituem. Desse modo, as fontes utilizadas como objeto de estudo compõem a coleção de fotografias reunidas pelo projeto “Memórias em Cartão. A Educação em Duque de Caxias”, desenvolvido pelo CEPEMHEd. Propõe-se a concepção de fotografia como fonte histórica, a partir da categoria de mediação, entendendo-a como uma produção social cujo conhecimento não se limita à aparência da imagem (CIAVATTA, 2004), implicando um trabalho de contextualização da fotografia, do acontecimento, dos sujeitos retratados e das relações que estabelecem na totalidade social a que pertencem. Nossos estudos apontam que a criação de um Instituto de Educação em Duque de Caxias remonta as movimentações em torno da conjuntura de expansão da rede pública da cidade e da obrigatoriedade de formação em nível secundário para o trabalho nas instituições escolares, determinada pelos processos recentes de urbanização, em consonância com a legislação que se propunha a regulamentar a educação nacional, desde 1961.