IMPRENSA E INSTRUÇÃO: SILVINO DE AZEREDO E O CORREIO DA LAVOURA – NOVA IGUAÇU (1917 – 1939)

Autores

  • Diogo Piassá das Mercês UFRJ

Palavras-chave:

Baixada Fluminense, Imprensa, História

Resumo

IMPRENSA E INSTRUÇÃO: SILVINO DE AZEREDO E O CORREIO DA LAVOURA – NOVA IGUAÇU 1917-1939

 

O presente resumo reflete sobre a imprensa negra iguaçuana a partir da formação do jornal Correio da Lavoura, periódico fundado no município-sede de Iguaçu em 22 de março de 1917 pelo intelectual negro Silvino Azeredo. O semanário estabelecido no município-sede de Iguaçu é o vestígio histórico mais recorrentemente utilizado nas pesquisas produzidas que versam sobre a região do Sertão e da Grande Iguaçu, contribuindo significativamente com os pesquisadores no fortalecimento de uma historiografia da Baixada Fluminense. Para auxiliar no entendimento das ações deste intelectual e de seus colaboradores a partir de suas redes de sociabilidade e solidariedade, os escritos Sirinelli (2003), expoente da História dos Intelectuais, serão evocadas para nortear e balizar a compreensão de suas ações à frente do jornal. Sabendo que é impossível capturar todas as especificidades presentes nos sujeitos e nos múltiplos espaços permeados por estes mediadores culturais, optou-se por trazer luz sobre a Nova Iguaçu negra, fruto de (des)encontros e atravessada por egressos do cativeiro. Assim sendo, propõem-se um diálogo profícuo com a Geografia por intermédio de Cunha (2008), a fim de nortear os critérios que balizam o entendimento do que vem a ser, em uma escala macro, a região da Grande Iguaçu, o espaço físico que comporta em seu território quase todos os municípios que no futuro formarão a Baixada Fluminense e, e numa escala menor, o município de Nova Iguaçu. O jornal não-pedagógico (CAMPOS, 2012) a partir de suas investidas nos diferentes estratos da sociedade do período, buscava memorar uma tradição (HOBSBAWN; RANGER, 1984). A possibilidade de uma imprensa negra no Sertão emerge a partir da categoria do “não-dito”, analisando as imagens publicadas em edições comemorativas do periódico dialogando com os escritos de Burke (2004) sobre a utilização das imagens como evidências para as pesquisas em História da Educação. Ao fazer uso dessas evidências, abre-se uma nova frente de possibilidades em relação a questão étnica dos grupos que transitavam pela folha. Ao estampar na primeira página um afroiguaçuano, intelectual, atuante no cenário público local e regional, o periódico demarca-se como um jornal negro, feito e capitaneado por mãos negras. A diagramação da página, o tamanho e a centralização da fotografia, o cuidado na escolha da melhor imagem, indiciam toda a intencionalidade na produção desta memória histórica jornalística local. Em termos metodológicos, este resumo dialoga também com a História Local da Educação e a historiografia da Baixada Fluminense a partir dos trabalhos produzidos por Dias (2014) e Nascimento; Bezerra (2019). Por fim, espera-se colaborar em novos entendimentos sobre as histórias da educação na Baixada Fluminense, região estigmatizada que por vezes é associada à violência e ao descaso do Poder Público.

Palavras-chave: Baixada Fluminense; Imprensa; História

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Publicado

2023-08-17

Edição

Seção

EIXO TEMÁTICO - Intelectuais e projetos educacionais