EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS NA INFÂNCIA ENTRE PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE: PREVALÊNCIA E ASSOCIAÇÃO A SINTOMAS

Autores/as

  • Thaciana de Melo Monte Pedrosa Centro Universitário Tiradentes
  • Layanne Almeida Cezário Centro Universitário Tiradentes
  • Givânya Bezerra de Melo Centro Universitário Tiradentes

Palabras clave:

Maus-Tratos Infantis, Prisioneiro, Saúde mental

Resumen

Introdução: Trauma é uma forma de dano a uma pessoa, resultante da exposição à eventos ou circunstâncias extremamente angustiantes (BORGES; DELL´AGLIO,2008; AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Algumas crianças, ao serem submetidos ao estresse tóxico durante eventos traumáticos podem sofrer danos psicológicos, comportamentais e físicos (HORNOR, 2016). Tais eventos aumentam a vulnerabilidade para problemas de saúde mental ao longo da vida tais como depressão, ansiedade e uso abusivo de substâncias (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013). Objetivo: Investigar a prevalência de experiências traumáticas na infância em homens privados de liberdade e a associação com sintomas de depressão e ansiedade. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo com corte transversal, realizado no Núcleo de Ressocialização de Alagoas. A coleta de dados ocorreu em dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Foram entrevistados 51 homens privados de liberdade utilizando Questionário Sociodemográfico, Inventário de Beck para Depressão, Inventário de Beck para Ansiedade e o ISPCAN Child Abuse Screening Tools Retrospective (ICAST-R). Para análise estatística foi utilizado o pacote IBM Statistical Package for the Social Sciences (S.P.S.S.) para Windows versão 17.0. O estudo foi aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes sob parecer de número 2.620.823. Este trabalho encontra-se inserido no Programa de Iniciação Científica do Centro Universitário Tiradentes. Resultados e Discursão: Os entrevistados apresentaram idade média de 37,73 anos e escolaridade média de 13,17 anos de estudo. Trinta e nove participantes (76,5%) relataram que sofreram algum tipo de abuso na infância. Entre os que relataram vitimização os sintomas de depressão e ansiedade mostraram-se mais intensos comparando com homens que não sofreram os abusos. Tais dados corroboram com o estudo de Caravaca et al (2017) no qual observou maior frequência de transtornos mentais em pessoas privadas de liberdade que relataram ter sofrido experiências traumáticas durante a infância. Adultos com histórico de abuso infantil possuem duas vezes e meia mais chances de manifestar depressão, em comparação com aqueles que não tinham sofrido abuso na infância (AFIFI et. al, 2009). Conclusão: Portanto, a vitimização ao abuso na infância teve alta prevalência uma vez que sete em cada dez entrevistados foram expostos. A ocorrência dos abusos na infância mostrou-se como fator preditivo para sintomas mais intensos de depressão e ansiedade nos homens privados de liberdade. O estudo é inédito em Alagoas e pode contribuir na assistência em saúde mental de pessoas privadas de liberdade. A principal limitação desse estudo está relacionada ao viés de memória dos entrevistados ao recordarem fatos que ocorreram na infância.

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Citas

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Publicado

2020-08-10

Cómo citar

Pedrosa, T. de M. M., Cezário, L. A., & Melo, G. B. de. (2020). EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS NA INFÂNCIA ENTRE PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE: PREVALÊNCIA E ASSOCIAÇÃO A SINTOMAS. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (7). Recuperado a partir de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/12032

Número

Sección

PROBIC E PIBIC