PROJETO RONDON: uma lição de vida e cidadania

Autores

  • Adriano Santana Universidade Tiradentes
  • Isabelle Mariano de Carvalho Universidade Tiradentes
  • Laís Paloma Evangelista Vieira Santos
  • Natália Araújo Barreto
  • Jennifer Camila de Souza Fornari
  • Sávio Canuto Vieira Santos
  • Thalisson Dheison Alves Cássia
  • Vitória Esthéfany Ferreira da Cruz
  • Ana Célia Gois Melo Soares9

Resumo

INTRODUÇÃO
PROJETO RONDON: uma lição de vida e cidadania
Adriano de Oliveira Santana1 Isabelle Mariano de Carvalho2 Laís Paloma Evangelista Vieira Santos3 Natália Araújo Barreto4 Jennifer Camila de Souza Fornari5 Sávio Canuto Vieira Santos6 Thalisson Dheison Alves Cássia 7 Vitória Esthéfany Ferreira da Cruz8 Orientadora: Profa. Ana Célia Gois Melo Soares9
Do Latim, extendere, que significa aumentar ou dilatar, a Extensão Universitária que para muitos trata-se apenas de cursos de curta duração ofertados pela universidade. Mas ela está muito além disso, ela faz parte do tripé acadêmico, “Ensino, Pesquisa e Extensão”, a mesma deve ser aberta à participação da população, visando a difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (Silva, 2020).
Intitulado Projeto RONDON em homenagem ao Marechal Rondon, patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro, essa é a maior extensão universitária do Brasil, a operação zero foi realizada durante a ditadura militar, no ano de 1967 (Brasil, 2023).
Na primeira etapa o projeto tinha um perfil assistencialista, carregando o lema “integrar para não entregar”, ele prestava assistência em cidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), abordando as temáticas social, cultura, educação, saúde e direitos humanos, ele foi exitoso até sua extinção em 1989 (Frank, 2020).
Em 2005 ele foi retomado por iniciativa da União Nacional dos Estudantes, agora com o perfil de sustentabilidade, sem deixar de prestar a assistência, dessa forma, levando algo maior que a assistência, através de grupos a capacitação para que os frutos das operações continuassem a ser colhidos após o fim da mesma e agora carregando um novo lema “Projeto RONDON, uma lição de vida” (UFSC, 2014).
Para a equipe de rondonistas de 1969 da Universidade de São Paulo, “Não basta olhar o mapa do Brasil aberto sobre a mesa de trabalho ou pregado à parede de nossa casa. É
1 Acadêmico do curso de Enfermagem da Universidade Tiradentes. 2 Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes.
3 Acadêmica do curso de Direito da Universidade Tiradentes.
4 Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Tiradentes.
5 Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Tiradentes.
6 Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade Tiradentes. 7 Acadêmico do curso de Medicina da Universidade Tiradentes.
8 Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Tiradentes.
9 Doutora em Saúde e Ambiente, Docente da Universidade Tiradentes.
1

necessário andar sobre ele para sentir de perto as angústias do povo, suas esperanças, seus dramas ou suas tragédias; sua história, e sua fé no destino da nacionalidade.”
Diante do exposto, o objetivo deste relato é estimular docentes e discentes a se tornarem rondonistas e colocarem em prática todo aprendizado da academia.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para Brasil (2023), a parceria entre as Forças Armadas, prefeituras, universidades e outras organizações é responsável por construir o Projeto Rondon, um programa do MD, que desenvolve benefícios permanentes às comunidades contempladas e consolida no universitário a cidadania e responsabilidade social.
O Projeto Rondon teve seu início em meio a uma turbulência político-social, marcada pela ditadura militar. Apesar dos desafios, os jovens universitários persistiram e aderiram ao programa, de forma que mesmo após sua extinção em 1989, ele foi retomado e é atualmente a maior extensão universitária do Brasil (Freiberger, 2021).
Os jovens anseiam pelo novo, o Projeto Rondon abre uma porta cheia de oportunidades para que universitário se comprometa com causas sociais e coloque em prática o que é aprendido em sala de aula (UFSC, 2014).
PROCEDIMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO DE EXTENSÃO
Após aprovação do projeto de extensão para Operação Guaicurus, 2023 submetido ao MD, foram selecionados 08 alunos, sendo eles 03 do curso de medicina, 01 de direito, 01 de enfermagem, 01 de educação física, 01 de psicologia e 01 de serviço social. Durante o período de preparação, os 08 alunos juntos a professora coordenadora e a professora adjunta, criaram as oficinas propostas pelo projeto de extensão. No dia 13 de julho viajaram para Campo Grande, ficaram alojados no 20° Regimento de Cavalaria de Blindados (RCB), onde realizaram algumas atividades de ambientação e visitaram a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), onde foi realizada a cerimônia do chapéu. Em seguida, foram para Bonito–MS a cidade onde executaram as atividades propostas durante duas semanas (do dia 15 ao dia 18 de julho). Após a aplicação de cada oficina foi aplicado um questionário quantitativo aos participantes, o mesmo é tabulado ao fim da operação. Ao fim da operação, na UEMS, Campo Grande, foi apresentado o relatório com os resultados da operação.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Vestindo amarelo, chapéu na cabeça, sorriso no rosto e com carisma nordestino, nossos rondonistas embarcaram no “amarelinho”, ônibus escolar que os conduzia para suas devidas oficinas dia após dia.
Figura 1 – Equipe de rondonistas

Cada rondonista se preparou com muito empenho, a fim de trazer um conteúdo atualizado e através de metodologias ativas capacitar os agentes multiplicadores na cidade de Bonito. Mas para a surpresa dos rondonistas a sala de aula muitas vezes era invertida e eles eram quem aprendiam, sobre a cultura, experiências dos multiplicadores com a população e outros.
No decorrer das oficinas conhecemos os anseios e sonhos dos bonitenses, apesar de ser uma cidade turística, Bonito tem suas mazelas, uma população que ainda sofre com as desigualdades sociais e assistência de serviços públicos insuficientes.
Gráfico 1 – Resultados das pesquisas de satisfação realizadas após as oficinas
Fonte: Dados resultantes projeto (2023)
TOTAL PARTICIPANTES
PESQUISA DE OPINIÃO
MÉDIA AVALIAÇÃO
724
AFIRMATIVA 1
AFIRMATIVA 2
AFIRMATIVA 3
9,86
NR PARTICIPANTES
1
0
0
6
717
1
0
0
3
720
1
0
0
6
717
3

Foram realizadas 05 oficinas na área temática cultura, totalizando 380 participantes, 07 de direitos humanos e justiça, totalizando 118 participantes, 06 de educação, totalizando 66 participantes, 09 de saúde, totalizando 130 participantes, 724 pessoas foram capacitadas nas oficinas da Operação Guaicurus em Bonito-MS, 2023.
Todas as oficinas tiveram seus objetivos alcançados, os bonitenses são um povo muito hospitaleiro, afetuoso e aberto a novas experiências.
CONCLUSÕES
Ao final da Operação foi possível olhar para trás e perceber as mudanças na visão de vida dos rondonistas, as trocas culturais, os resultados deixados na comunidade bonitense, e expectativas em tudo que ainda irá ser multiplicado, além dos vínculos que perduraram.
Para os alunos da Universidade Tiradentes a Operação Guaicurus, promovida pelo Projeto Rondon foi uma lição de vida e cidadania.
REFERÊNCIAS
Brasil. Projeto Rondon 2023 inicia atividades na área do CMO. Comando Militar do Oeste (CMO), 2023.
FRANK, E. K. Projeto Rondon - Primeira Fase (1967-1989): Participação UFRGS. UFRGS, 2020.
Ministério da Defesa. Projeto Rondon, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/projeto-rondon. Acesso em: 11/10/2023. RAFAELA, M. A. S. "INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR”: JUVENTUDES, PROJETO RONDON E DITADURA NO BRASIL (1967-1974). Universidade Federal Fluminense, 2021.
SILVA, W. P. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: um conceito em construção. Revista Extensão e Sociedade, 2020.
UFSC. Mundo Rondon. Revista do Projeto Rondon, v. 1, p. 5, 2014.

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Publicado

2024-01-24

Edição

Seção

Seminário de Extensão da Universidade Tiradentes