INDIVÍDUOS COM DOR CERVICAL CRÔNICA APRESENTAM ALTERAÇÃO NA AMPLITUDE DE MOVIMENTO E NA PERFORMANCE FUNCIONAL DO OMBRO

Resumo

Introdução: A dor cervical crônica possui etiologia multifatorial e, devido a esta característica, se configura como uma disfunção musculoesquelética complexa, com manejo clínico direcionado especificamente para o controle ou resolução dos sinais e sintomas que cada paciente apresenta. A mesma pode ser definida como dor relatada há mais de três meses dentro da região limitada superiormente pela linha superior da nuca, lateralmente pelas margens laterais da cervical, e inferiormente por uma linha transversal imaginária imediatamente acima do primeiro processo espinhoso torácico. Objetivo: Avaliar a amplitude de movimento e performance funcional do ombro por meio do Closed Kinetic Chain Upper Extremity Stability test (CKCUES) e goniometria. Métodos: Estudo transversal cego. Amostra composta por indivíduos com dor cervical (n=30) e controle (n=30), ambos sem disfunção no ombro. Foram empregados os instrumentos Escala Numérica de Dor, Neck Disability Index e Escala de Pensamentos Catrastróficos sobre Dor para avaliar a dor cervical crônica, o Closed Kinetic Chain Upper Extremity Stability test (CKCUES) para avaliação da performance do ombro, e a goniometria para avaliar a flexibilidade articular. As comparações dos grupos foram feitas através do t teste, apresentando os dados em média, desvio padrão, diferença entre as médias (DM) e intervalo de confiança (IC) da diferença de 95%, nível de significância adotado de 5%. Resultados: Foram incluídos 60 indivíduos, sedentários, 44 do gênero feminino, média de idade 21,30 anos, IMC 23,03 kg/m². O grupo com dor cervical apresentou redução na performance do ombro durante a execução do CKCUES test quando considerado o escore absoluto (DM -1,50, IC a 95% -2,87 a -0,12) e normalizado (DM -1,19, IC a 95% -2,13 a -0,25). Quando comparada a goniometria do ombro, os indivíduos com dor cervical apresentam redução na amplitude de movimento de abdução (DM -7,36, CI a 95% -13,84 a -0,89) e rotação lateral (DM -8,61, IC a 95% -15,94 a -1,28) em comparação ao grupo controle. Conclusão: Indivíduos com dor cervical crônica e sem alterações clínicas no ombro apresentam redução na performance funcional e na amplitude de movimento de abdução e rotação lateral do ombro.