Fisiopatologia da Encefalopatia Hepática

Resumo

Isabelle Oliveira Santos1, e-mail: bellebelissa@gmail.com;
Allef Roberto Gomes Bezerra1, e-mail: allefroberto@gmail.com;
Jose Wilton da Silva1, e-mail: medwilton@gmail.com;
Carine Vilarins de Souza, e-mail: carinevilarins7@gmail.com;
Carla Mariana Xavier Ferreira, e-mail:cmxf95@gmail.com;
Ana Miele Pereira Melo, email:ana-miele@hotmail.com.
Centro Universitário Tiradentes1/Fisioterapia/Alagoas, AL.


Introdução. A encefalopatia hepática é definida como uma doença difusa cerebral com alterações de sua estrutura e função cuja etiologia é de natureza metabólico-sistêmica, que culmina com disfunção funcional do SNC potencialmente reversível. Apesar de sua forte relação com a doença hepática, sua gênese ainda não foi totalmente elucidada. Reconhecida, nos últimos anos, como uma complicação grave e frequente das cirroses, tem como causa a incapacidade de metabolização e detoxicação de certos metabólitos por parte do fígado que acabam atingindo e lesando o parênquima cerebral. Objetivo. Determinar a Fisiopatologia da Encefalopatia Hepática Metodologia. Para sua elaboração foram seguidas etapas: identificação do tema, elaboração dos critérios de inclusão e exclusão de artigos, avaliação e análise dos artigos selecionados na pesquisa. Nas bases de dados: PUBMED e SCIELO. Publicados entre o período de 2013 a 2017.  Resultados. A amônia é gerada e eliminada em diversos órgãos e sistemas pelo metabolismo interórgão a exemplo do que ocorre no fígado, nos rins e na musculatura. É um composto nitrogenado hidrofóbico facilmente dissolvido e transportado pelo plasma, resultado do catabolismo proteico, além da absorção intestinal. A amônia sofre  metabolização através do chamado ciclo da ureia, que ocorre exclusivamente nos hepatócitos. O metabolismo da amônia é influenciado principalmente por duas enzimas. A glutamino-sintetase (GS) que converte a amônia e glutamato em glutamina com o gasto de uma molécula de ATP e a glutaminase ativada pelo fosfato (PAG) responsável pela reação inversa transformando a glutamina em glutamato e amônia. A nível celular, o metabolismo da amônia processa-se em hepatócitos periportais ricos em PAG, que agem na produção de glutamato mitocondrial, o qual provoca a síntese de enzimas constituintes do arsenal responsável pela regulação do ciclo da ureia. A amônia que se esquiva da detoxicação em hepatócitos periportais pode ser metabolizada em hepatócitos perivenosos, que contém tanto PAG como GS, capazes, portanto, de converter a amônia em glutamina, desempenhando, assim, a regulação dos níveis de amônia circulante. A lesão hepatocelular em fase tardia provoca a diminuição da atividade metabólica em hepatócitos periportais e perivenosos, resultando em menor capacidade de detoxicação da amônia. O dano hepatocelular ou o shunt portossistêmico levam à hiperamonemia, principal fator implicado na gênese da encefalopatia hepática. A hiperamonemia leva a NH₃⁺ a ultrapassar a barreira hematoencefálica (BHE), com aumento de sua concentração no SNC. Conclusão. A gênese da encefalopatia hepática, embora bem relacionada à disfunção metabólica a nível hepatocelular, ainda não foi totalmente esclarecida. Dentre os fatores já consolidados, a amônia se sobressai devido aos seus efeitos neurotóxicos, principalmente a nível astrocitário. Porém, seu alto nível sérico não explica todas as situações de encefalopatia hepática, portanto, há novos fatores sendo investigados.