ANÁLISE DA MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR NA POPULAÇÃO MASCULINA DE MACEIÓ: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS ANOS DE 2014 A 2016
Palavras-chave:
morbidade, mortalidade hospitalar, saúde do homem.Resumo
Introdução: Ao longo do tempo nossa sociedade tem associado o masculino à questão de força e virilidade, em que qualquer sinal de adoecimento ou mesmo de um comportamento de cuidado com sua saúde torna-se uma demonstração de vulnerabilidade (VIEIRA et al., 2013). Alia-se a isso a conformação do acesso aos serviços de atenção básica, historicamente estruturados para atender mulheres e crianças, e cujos horários de funcionamento coincidem com as jornadas laborais dos trabalhadores (VIANA et al., 2015). Tais fatores tornam os homens mais favoráveis aos agravos da saúde, pois estimulam o desinteresse pela adoção de hábitos preventivos, o que por sua vez, leva aos alarmantes índices de morbimortalidade hospitalar encontrados nessa população (FIGUEIREDO; SCHRAIBER, 2011). Objetivo: Analisar as principais causas de morbidade e mortalidade hospitalar na população masculina de Maceió, durante o período de 2014 a 2016. Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo acerca das principais causas de morbimortalidade hospitalar na população masculina de Maceió, nos anos de 2014 a 2016, através de dados do Sistema de Internação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) gerados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), utilizando as variáveis: internação, óbitos, capítulo CID-10, taxa de mortalidade, sexo, faixa etária e ano. Resultados: No período analisado houve um total de 97.580 internamentos masculinos. As principais causas que levaram à internação hospitalar em 2014 foram respectivamente as lesões por envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (n=4.152), doenças do aparelho circulatório (n=4.084), doenças do aparelho digestivo (n=3.768), doenças infecciosas e parasitárias (n=3.006) e doenças do aparelho respiratório (n=2.808). Em 2015 e 2016, sobressaíram-se as doenças do aparelho circulatório (n=5.476; n=5.508), seguido de lesões por envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (n=4.423; n=5.458), doenças do aparelho digestivo (n=4.076; n=3.662), doenças do aparelho respiratório (n=3.478; n=3.485) e neoplasias (n=3.298; n=3.156). Observou-se também que o município de Maceió apresentou a terceira maior taxa de mortalidade masculina do estado de Alagoas, com 6,99/100.000 habitantes. Em relação às principais causas de óbito no ambiente hospitalar em 2014, destacam-se as doenças do aparelho circulatório (n=400), doenças infecciosas e parasitárias (n=258), doenças do aparelho respiratório (n=248), doenças do aparelho digestivo (n=218) e neoplasias (n=200). Enquanto nos anos de 2015 e 2016, aparecem em primeiro lugar os óbitos por doenças do aparelho circulatório (n=544; n=518), seguindo-se pelas doenças do aparelho respiratório (n=363; n=411), doenças infecciosas e parasitárias (n=329; n=357), doenças do aparelho digestivo (n=265; n=290) e neoplasias (n=255; n=228). Em relação à faixa etária, nos anos estudados os indivíduos do sexo masculino acima de 15 anos até 80 anos ou mais apresentaram maior número de óbitos e internação em todos os grupos de causas, exceto as internações por doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas e parasitárias, predominadas por menores de 15 anos. Conclusão: Mediante os resultados, destaca-se a importância dos profissionais da saúde, em especial o enfermeiro, na sensibilização da clientela masculina referente aos comportamentos de risco e ao acesso aos serviços de saúde, possibilitando instituir ações de promoção e prevenção, diagnóstico precoce e contribuindo para a redução das mortes dessa população.
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Referências
FIGUEIREDO, Wagner dos Santos; SCHRAIBER, Lilia Blima. Concepções de gênero de homens usuários e profissionais de saúde de serviços de atenção primária e os possíveis impactos na saúde da população masculina, São Paulo, Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, supl. 1, p. 935-944, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000700025&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 Out. 2017.
VIANA, Maria Elizabete Rodrigues; COSTA, Laís de Miranda Crispim; SANTOS, Regina Maria dos; ANJOS, Danielly Santos dos. O cuidado à saúde da população masculina em tempos de Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: o que eles falam. Cultura de los Cuidados (Edición digital), v. 19, n. 41, p. 135-146, maio, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.14198/cuid.2015.41.16>. Acesso em: 23 Out. 2017.
VIEIRA, Katiucia Letiele Duarte et al . Atendimento da população masculina em unidade básica saúde da família: motivos para a (não) procura. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 120-127, Mar. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452013000100017&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 Out. 2017.
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