QUIMIOTERÁPICOS: EFEITOS CARDIOTOXICOS E A IMPORTANCIA DO ACOMPANHAMENTO CARDIOLOGICO
Palavras-chave:
Cancerologia, Cardiotoxidade, Morbimortalidade.Resumo
Introdução:O câncer é problema de saúde pública mundial, o qual apresentará aumento de 50% de novos casos em 2030, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com alto grau de morbimortalidade, foi premente o aprimoramento da terapêutica oncológica, ocasionando avanços que resultaram em uma melhor qualidade de vida e aumento da expectativa para os pacientes. Entretanto, estudos comprovam a relação da terapia oncológica com fármacos específicos e os riscos cardiovasculares, determinando sua classificação como cardiotóxicos em virtude das manifestações clínicas observadas após a quimioterapia. A cardiotoxicidade é evidenciada mediante a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), que pode ser classificada de forma aguda, subaguda ou crônica, de acordo com o espaço de tempo entre a quimioterapia e os sintomas.
Objetivo: Correlacionar quimioterápicos com suas cardiotoxicidades e consequentes acometimentos cardíacos e importância de rastrear danos cardíacos.
Metodologia: A presente revisão baseou-se em revisão bibliográfica por meio da análise de dados de seguras instituições como Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer (INCA), além de renomados artigos científicos provenientes de bases de dados como PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Resultados:Foram selecionados 20 artigos descrevendo as manifestações clínicas da cardiotoxicidade, as quais podem se dar por meio de isquemia miocárdica, hipertensão arterial sistêmica, tromboembolismo, disfunções ventriculares e insuficiência cardíaca (IC), sendo estas duas últimas as mais frequentes. Tais alterações são frutos da necrose e apoptose dos cardiomiocitos, ocasionados por estresse oxidativo, danos ao DNA nuclear, alterações da contratilidade celular e pela perda de fatores de transcrição e síntese de proteínas. Nesse contexto, percebeu-se a complexidade e o alto grau dos acometimentos induzidos pela quimioterapiaa exemplo de indícios de que pacientes submetidos a terapia têm um risco de IC 15 vezes maior quando comparados a pacientes idosos com prognóstico propenso a IC e a probabilidade de 40% das crianças desenvolverem cardiomiopatias em 30 anos.
Conclusão: Assim, fica clara a correlação entre a quimioterapia e as cardiomiopatias caracterizando a cardiotoxicidade, que pode apresentar consequências agudas ou tardias. Diante disso, torna-se imprescindível a sinergia entre a cardiologia e a oncologia, objetivando uma melhor assistência terapêutica, evidenciando a importância de acompanhar esses pacientes durante e após o tratamento oncológico a fim de prevenir e amenizar cardiomiopatias.
Palavras-Chave: Cancerologia, Cardiotoxidade, Morbimortalidade.
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