O QUE NÃO SE VÊ DE ONDE SE MIRA: REFLEXÕES ACERCA DOS ESPAÇOS URBANOS DE MACEIÓ A PARTIR DOS MIRANTES DO BAIRRO DO FAROL
Palavras-chave:
Urbanização, Mercado turístico e imobiliário, Mirantes.Resumo
Produto da pesquisa “Mirar e viver: estudo dos usos e apropriações de espaços urbanos a partir dos mirantes em Maceió”, realizada por meio da ação de Iniciação Cientifica do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), o presente trabalho visa possibilitar reflexões acerca do processo de desenvolvimento urbano da cidade de Maceió/AL a partir de uma análise de alguns dos mirantes existentes na capital alagoana. Este trabalho objetiva proporcionar o entendimento acerca do processo de construção e urbanização de Maceió e seus espaços públicos a partir de uma perspectiva de análise sócio histórica dos mirantes do bairro do Farol. Para o desenvolvimento deste trabalho foram executadas atividades de busca bibliográfica de cunho textual e iconográfico, e visitas de campo de ordem etnográfica, a partir do método da deriva, em quatro mirantes previamente selecionados de acordo com critérios de melhor enquadramento na proposta de análise, são eles: Dom Ranulpho, São Gonçalo, Ambrósio de Lira e Santa Terezinha. Para compreender sobre o significado atual de um local para a cidade, é necessário anteriormente entender como se dá o processo de surgimento desse local na cidade. Dissipado arquitetonicamente no Brasil com o intuito de serem pontos de observação para proteção e controle de terras, os mirantes chegam em território brasileiro através das caravelas dos invasores europeus. Desde que aqui foram instalados, os mirantes assumiram diversos formatos, sendo implantados primeiramente em igrejas e terras tomadas pelos colonizadores, como também no alto de casas, para que enfim pudesse chegar a uma estrutura pública, se aproximando do formato hoje conhecido (ANDRADE, 2008). Tantas significações e utilizações impressas na palavra e no local mirante designam influência sobre seu papel e a forma que é visto, ainda que isso não seja salientado comumente. A partir das observações e estudos realizados passou-se a significar os mirantes enquanto espaços dotados de conotação política, ao demarcarem territórios de interesse econômico da cidade. As localizações escolhidas para criação de mirantes encontram-se associadas não apenas a vista propiciada pelo miradouro, como ainda por sua localidade e entorno. É a partir dessas noções que se pretende introduzir conhecimentos acerca do processo de construção, manutenção e marginalização dos mirantes localizados na cidade de Maceió, e de como esses espaços de observatório são ambientes que refletem o trajeto urbano traçado pela capital alagoana, ressaltando que isso se dá porque os mirantes encontrarem-se diretamente ligados a lógica de desenvolvimento presente nessa cidade, guiada pelos agentes imobiliários e turísticos para composição de sua urbanização.
Downloads
Referências
ANDRADE, E. J. O. Os mirantes da ilha de Santa Catarina – Patrimônio Paisagistico de Florianópolis. UFSC – Programa de pós-graduação em Urbanismo, história e arquitetura da cidade. Florianópolis, 2008.
CARVALHO, M. L. S. A Evolução do parcelamento do solo na cidade de Maceió entre 1950 e 1970: Uma análise dos bairros do Farol, Pinheiro, Pitanguinha e Gruta de Lourdes. 2007. 173f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Maceió, 2007
FERREIRA, A. B. H. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; coordenação de edição Marina Baird Ferreira. Curitiba: Positivo, 2010. 960p.
FORTES, Cynthia Nunes da Rocha Fortes. Para além do guia dos navegantes: o Farol de Maceió (1827-1951) – Maceió, UFAL, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Semana de Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes - SEMPESq - Alagoas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico contribui para a democratização do saber. Assume-se que, ao submeter os originais os autores cedem os direitos de publicação para a Sempesq. O autor(a) reconhece esta como detentor(a) do direito autoral e ele autoriza seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído e impresso, desde quando citada a fonte.