A RELAÇÃO DA DOENÇA FALCIFORME COM O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Autores

  • Fernanda de Lima Loureiro Centro Universitário Tiradentes
  • Laís Pereira Leite de Araújo Loureiro Centro Universitário Tiradentes
  • Mariana Lages Sarmento Barbosa Centro Universitário Tiradentes
  • Lauriana Medeiros de Souza Vasconcelos Centro Universitário Tiradentes
  • Thainá Lima de Omena Sampaio Centro Universitário Tiradentes
  • Cinthya Pereira Leite Costa de Araújo Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

AVE 1, Doença Falciforme 2, vaso-oclusão 3

Resumo

Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é caracterizada pela presença da hemoglobina S em homozigose (Hb SS). Os indivíduos com AF frequentemente apresentam manifestações clínicas relacionadas a processos de vaso-oclusão como o acidente vascular encefálico (AVE). Pacientes adultos e pediátricos com Doença Falciforme enfrentam um risco maior de infarto em relação à população geral e devido à diferença da patofisiologia desses pacientes, existem distinções no manejo do infarto. Alguns estudos apontam que existem outras doenças associadas ao AVE em doentes com Anemia Falciforme, como a coexistência de alfa-Talassemia, porém outros revelam que a coexistência de α-Tal não apresenta associação significante com o AVE. Foi demonstrado também que o uso crônico de transfusões sanguíneas pode reduzir o risco de infarto, através da diluição da proporção de células falciformes na circulação. Objetivo: o objetivo do estudo foi analisar a relação da Anemia Falciforme com o desencadeamento do Acidente Vascular Encefálico. Metodologia: O método adotado foi o de revisão da literatura, consistindo na busca retrospectiva de artigos científicos nas bases de dados Cochrane, Scielo, BVS entre 2009 e 2017 sobre o referido tema. Resultados: Os resultados mostram a importância de se realizar exames de imagem, ressonância magnética, de rotina, em pacientes com anemia falciforme. Principalmente dos 2 aos 9 anos e na faixa dos 40 anos, onde ocorre o pico de incidência de AVE em pacientes com essa patologia hematológica. O uso da ultrassonografia transcraniana com doppler também constitui um importante método diagnóstico e de prevenção de distúrbios do fluxo sanguíneo nos pacientes falciformes, fluxo sanguíneo craniano menor do que 170 é considerado normal, nesses pacientes. Entre 170 e 199 considera-se de risco moderado e igual ou maior a 200, alterado e com alto risco de desenvolver AVE.  Daí a importância de se observar alguns sinais clínicos (como hemiparesia, afasia, baixo desenvolvimento cognitivo e cefaleia recorrente) e aliado a isso, os exames de imagens que auxiliam no tratamento, no diagnóstico precoce e na prevenção dessas complicações neurológicas nos pacientes portadores de anemia falciforme.  Conclusão: Conclui-se que os pacientes falciformes merecem uma atenção e um acompanhamento neurológico especializado para que se possa reduzir os casos de AVE e os óbitos decorrentes dessa situação tão grave e quando não letal, altamente debilitante e redutora da qualidade de vida. Estudos comprovam que a realização de exames profiláticos de imagem, detectando alterações e instituindo-se tratamento adequado, como as transfusões crônicas (a cada 4 ou 6 semanas) e também o uso de hidroxiuréia, reduzem drasticamente os casos de AVE, isquêmicos, hemorrágicos, transitórios ou silenciosos. Dando mais segurança para esses pacientes e reduzindo o risco de complicações.

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Referências

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Publicado

2020-08-13

Como Citar

Loureiro, F. de L., Leite de Araújo Loureiro, L. P., Sarmento Barbosa, M. L., de Souza Vasconcelos, L. M., de Omena Sampaio, T. L., & Leite Costa de Araújo, C. P. (2020). A RELAÇÃO DA DOENÇA FALCIFORME COM O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (5). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8339

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas