AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE E DA PARTICIPAÇÃO EM TERAPIAS DE REABILITAÇÃO DE PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NO ESTADO DE ALAGOAS.
Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Funcionalidade, Reabilitação.Resumo
RESUMO: Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) possui alta prevalência e é a principal causa de incapacidade no mundo. Nos EUA, mais de dois terços dos sobreviventes realizam algum tipo de terapia de reabilitação após o AVC. No Brasil, um estudo recente mostrou que 1/3 dos pacientes são funcionalmente dependentes após 1 ano de AVC, entretanto não temos dados sobre quais são os principais déficits e a participação dos pacientes em terapias de reabilitação. Objetivo: Traçar o perfil funcional e a participação em terapias de reabilitação de pacientes com AVC no estado de Alagoas. Material e Métodos: Foram incluídos pacientes com diagnóstico de AVC confirmado por neuroimagem atendidos em um Ambulatório de Neurovascular na cidade de Maceió\AL. A avaliação foi composta pela coleta dos dados pessoais e clínicos e pelas escalas: National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS), Escala de Rankin modificada (ERm), Medida de Independência Funcional (MIF), Índice de Barthel (IB), Center for Epidemiological Studies - Depression (CES-D) e um questionário de Terapias de Reabilitação.Resultados: Foram avaliados 100 pacientes, sendo 67% do sexo masculino, média de idade de 59,9 ± 13,7 anos e 94% tiveram AVC isquêmico. O tempo entre o AVC e a avaliação teve uma mediana de 18 meses, variando entre 1 a 132 meses. Na avaliação da CES-D a média foi de 15,8 ± 11,9, sendo que, 41% apresentaram humor depressivo e ansiedade. O NIHSS foi de 2,5 (0-23), a ERm foi de 2 (0-4), o IB de 76,6 ± 28,6 e a MIF de 100,5 ± 27,2. Além disso, os pacientes foram classificados em funcionalmente dependentes (pontuação de 5 a 1) e independentes (pontuação 6 e 7) em relação a MIF. Os maiores índices foram nos itens subir/descer escadas, alimentação e marcha, com 51%, 39% e 38% dos pacientes sendo funcionalmente dependentes, respectivamente. No domínio cognitivo da MIF, 47% foram dependentes no item resolução de problemas e 43% no item memória. Entre os pacientes, 43% realizam algum tipo de terapia de reabilitação, sendo que a maior parte faz fisioterapia. O local mais frequente são centros de reabilitação e 50% frequentam a mais de 12 meses. O tempo médio em minutos de participação em terapias de reabilitação foi de 52,4 ± 41,2 na semana. Conclusão: Os resultados demonstram que uma parcela considerável dos pacientes são funcionalmente dependentes mesmo após meses de reabilitação e que realizam pouco tempo reabilitação durante a semana, gerando uma reflexão sobre o cenário atual dos serviços de reabilitação no estado de Alagoas e a necessidade de políticas públicas específicas para essa população com o intuito de reduzir o impacto do AVC.
Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, Funcionalidade, Reabilitação.
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Referências
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