ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO DO USO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COM EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS

Autores

  • Letícia Holanda Pessoa de Almeida Correia Centro Universitário Tiradentes
  • Rafhael Almeida Santos Centro Universitário Tiradentes
  • Thaynara Ferreira Batista Centro Universitário Tiradentes
  • Ricardo Augusto de Almeida Correia Universidade Federal de Alagoas

Palavras-chave:

Contraceptivo, Estrógeno, Trombose

Resumo

Letícia Holanda Pessoa de Almeida Correia¹, e-mail: leticiahpac@gmail.com;

Rafhael Almeida Santos 1, e-mail: rafhaelalm547@gmail.com;

Thaynara Ferreira Batista¹, e-mail: thayfbatista@gmail.com

 Ricardo Augusto de Almeida Correia2 (Orientador), e-mail: dr.rico@ig.com.br

 

Centro Universitário Tiradentes¹/Graduação em Medicina/Maceió, AL.

Universidade Federal de Alagoas²/Médico/Maceió, AL

 

INTRODUÇÃO: A trombose venosa é uma doença multifatorial, tendo como eventos etiológicos clássicos os componentes da tríade de Virchow: Hipercoagulabilidade, lesão endotelial e estase venosa (LOBO; ROMÃO, 2011). Os fatores de risco endógenos estão associados a mutações genéticas, como a do fator V de Leiden, dos genes codificadores da proteína C e S e ao aumento da expressão de fatores pró-coagulantes, como o de Von Willebrand. Dentre os fatores de risco externos estão os traumas, imobilidade prolongada, obesidade, gravidez e o uso de contraceptivos orais combinados (COC), sendo esse um dos mais importantes e merecedor de especial atenção devido ao grande número de usuárias (MCDAID et al., 2017). OBJETIVO: Analisar a associação entre o uso de contraceptivos orais combinados com o aumento do risco de eventos tromboembólicos. MATERIAIS E MÉTODOS: O método de pesquisa usado para elaboração deste trabalho foi a revisão bibliográfica. Foram consultadas bases de dados como SciELO, PubMed e a British Medical Association através dos descritores: oral contraceptive, thrombosis, tromboembolismo, estrogênio. RESULTADOS: O risco de tromboembolismo durante o uso de contraceptivos orais combinados (COC) está relacionado à sua formulação, duração do uso, dose de estrógeno, tipo de progesterona e idade da paciente. É agravado ainda quando associados ao tabagismo, trombofilias, câncer e histórico familiar. Os COC são classificados em quatro gerações de acordo com a dose de estrógeno e o tipo de progesterona presente na pílula. Farmer et al. (2000) realizaram estudos tendo como referencial o composto de progesterona que, ao comparar a segunda (levonorgestrel) e a terceira geração (desogestrel, gestodeno e norgestimato), observaram na última um risco duas vezes maior de trombose venosa, principalmente em mulheres que estão fazendo uso pela primeira vez.  Stegeman et al. (2013) concluíram que o maior risco está relacionado com a combinação de 50 µg de etnilestradiol e o menor com aqueles que apresentam 20 µg de etinilestradiol, indicando que a redução de estrógeno diminui a ocorrência de trombose. Pílulas que contém apenas progesterona não induzem nenhum risco dos eventos supracitados. (LIDEGAARD et al., 2009). CONCLUSÃO: Os estudos apresentados buscam compreender a interação entre o uso de COC e ocorrência de tromboembolismo. A partir da composição do fármaco, diferentes conclusões puderam ser tomadas, entretanto os estudos convergem em apontar que o evento tromboembólico possui maior associação com a presença de etinilestradiol, principalmente em concentrações acima de 50 µg, por aumentar a produção de fatores de coagulação e reduzir seus inibidores naturais, gerando efeito pró-coagulante.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo Augusto de Almeida Correia, Universidade Federal de Alagoas

MÉDICO - ANGIOLOGISTA E CIRURGIÃO VASCULAR

Referências

FARMER, R. D. T.; LAWRENSON, R. A.; TODD J. C.; WILLIAMS T. J.; MACRAE K. D.; TYRER F.; LEYDON, G. M. A comparison of the risks of venous thromboembolic disease in association with different combined oral contraceptives. British Journal Of Clinical Pharmacology. Blackwell, jun. 2000. p. 580-590. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2015039/>. Acesso em: 10 out. 2017.

LIDEGAARD, O.; LOKKEGAARD E.; SVENDSEN, A. L.; ANGER, C. Hormonal contraception and risk of venous thromboembolism: national follow-up study. British Medical Journal. Londres, p. 1-8. 13 ago. 2009. Disponível em: <http://www.bmj.com/content/339/bmj.b2890>. Acesso em: 10 out. 2017.

LOBO, R. A.; ROMÃO, F. Hormonas sexuais femininas e trombose venosa profunda. Angiologia e Cirurgia Vascular, Almada, v. 7, n. 4, p.208-214, dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2011000400003>. Acesso em: 10 out. 2017.

MCDAID, Aaron; LOGETTE E.; BUCHILLIER V.; MURISET M.; SUCHON P.; PACHE, T. D.; TANACKOVIC, G.; KUTALIK Z. A.; MICHAUD, J. Risk prediction of developing venous thrombosis in combined oral contraceptive users. Plos One, Barcelona, v. 12, n. 7, p.1-12, 27 jul. 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pone.0182041>. Acesso em: 10 out. 2017.

STEGEMAN, B. H.; BASTOS, M.; ROSENDAAL, F. R.; VLIEG, H.; HELMERHORST, F. M.; STIJNEN, T. Different combined oral contraceptives and the risk of venous thrombosis: systematic review and network meta-analysis. British Medical Journal. Londres, p. 1-12. 12 ago. 2013. Disponível em: <http://www.bmj.com/content/347/bmj.f5298.short>. Acesso em: 10 out. 2017

Downloads

Publicado

2020-08-13

Como Citar

Holanda Pessoa de Almeida Correia, L., Almeida Santos, R., Ferreira Batista, T., & de Almeida Correia, R. A. (2020). ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO DO USO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COM EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (5). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8226

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas