BLOQUEIO ESFENOPALATINO COMO UM MÉTODO MENOS INVASIVO NO TRATAMENTO DA CEFALÉIA PÓS PUNÇÃO DURAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Rosana Duarte Luz
  • Arthur Tenório de Holanda Lopes
  • Karine Nascimento Chaves
  • Lorena Barros dos Santos Costa
  • Lara Carvalho de Almeida Vanderley
  • Rafael Martins da Cunha

Resumo

RESUMO: INTRODUÇÃO: Cefaléia pós-punção dural (CPPD) é uma complicação comum da anestesia subdural, com uma incidência relatada tão alta quanto 25 % em alguns estudos. Para os anestesiologistas, tratar a CPPD sempre foi um desafio e nesse contexto o bloqueio do gânglio esfenopalatino (BGEP) é abordado como uma maneira relativamente simples e efetiva para tratar tal complicação. Essa intervenção constitui um recurso terapêutico diferente do tampão sanguíneo peridural, o qual também é considerado efetivo, porém invasivo e associado a riscos importantes. OBJETIVO: Abordar uma técnica alternativa de recuperação da cefaleia pós-raquianestesia. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão literária através da busca nas bases de dados SCIELO e PUBMED, nas quais foram encontrados 15 artigos, utilizando os descritores “Bloqueio esfenopalatino como tratamento da cefaleia pós punção dural”, “Tratamentos para cefaleia pós-raquianestesia”, “Anatomia do gânglio esfenopalatino”. RESULTADOS: O gânglio esfenopalatino localiza-se na fossa pterigopalatina, na seção craniana do sistema nervoso autônomo e possui características únicas favoráveis ao tratamento de muitas síndromes dolorosas envolvendo a face e a cabeça, uma vez que encontra-se perto de importantes estruturas neuro-anatômicas para a percepção da dor. O bloqueio desse gânglio possui uma taxa de sucesso cerca de 75% no alívio da CPPD. Em alguns pacientes, é necessário um segundo bloqueio, caso o alívio da dor não tenha sido adequado no primeiro. O mecanismo que explica os resultados do BGEP é a atenuação da vasodilatação cerebral induzida pelo estímulo parassimpático transmitido através dos neurônios que têm sinapses no gânglio esfenopalatino. Esse mecanismo estaria de acordo com o conceito de Monro-Kellie e explicaria por que a cafeína e o sumatriptano podem ter algum efeito no tratamento da CPPD. O procedimento praticado para CPPD é simples e, portanto, pode ser feito na cabeceira das enfermarias, ou no departamento ambulatorial, sem precisar de técnicas de imagem ou sala de operação. Problemas com a utilização dessa técnica incluem chances de outra possível punção dural, infecção e raramente infecções neurológicas. Além disso, há a dificuldade de convencer o paciente e membros da família a enfrentar um segundo BGEP. Complicações como meningite, aracnoidite, convulsões, perda da audição ou visão, dor radicular e déficits neurais também foram relatos pós BGEP. CONCLUSÃO: Após revisão das evidências disponíveis, percebe-se que podemos oferecer o BGEP para todos os pacientes com diagnóstico de CPPD moderado a grave. Caso o BGEP seja ineficaz no alívio da dor, um tampão sanguíneo peridural pode ser planejado. Assim, torna-se necessário estudos prospectivos que estabeleçam a sua eficácia, com o intuito de permitir uma recuperação precoce e um menor sofrimento para os pacientes, além de diminuir custos com as internações para os hospitais.

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Publicado

2020-08-13

Como Citar

Luz, R. D., de Holanda Lopes, A. T., Chaves, K. N., dos Santos Costa, L. B., de Almeida Vanderley, L. C., & da Cunha, R. M. (2020). BLOQUEIO ESFENOPALATINO COMO UM MÉTODO MENOS INVASIVO NO TRATAMENTO DA CEFALÉIA PÓS PUNÇÃO DURAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (5). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8187

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas