MÍDIA E PODER: UMA ANÁLISE DO CENÁRIO DA IMPRENSA ALAGONA NO PERÍODO DO GOLPE CIVIL-MILITAR
Palavras-chave:
Golpe Civil-Militar, Imprensa Alagoana, Teorias do JornalismoResumo
RESUMO: O presente artigo analisa o cenário midiático alagoano em dois momentos do histórico Golpe Civil-Militar (1964): a semana anterior ao golpe e a repercussão nos dias após o fato. A análise debruça-se numa perspectiva política e em seus desdobramentos econômicos, identificando, por meio das clássicas Teorias do Jornalismo, a relação da mídia com o poder. Para tanto, analisamos os dois maiores jornais impressos de Alagoas na época – Jornal de Alagoas e Gazeta de Alagoas – a fim de identificar como a influência da direita conservadora determinou na forma como as informações foram divulgadas nos referidos veículos no que diz respeito ao Golpe de 1964. Um dos resultados desta pesquisa qualitativa e bibliográfica aponta para um aumento de mobilizações políticas, a partir das quais grupos da classe trabalhadora alagoana conquistaram direitos e assumiram um papel de liderança. Em contraponto, a atuação política do então governador Luiz Cavalcante, por meio de relações políticas-econômicas com o poder midiático, teve a sua atuação de enfrentamento aos grupos subversivos silenciada pelos veículos de comunicação. João Goulart, um dos principais líderes trabalhistas brasileiros, teve seu mandato presidencial marcado por uma intensa instabilidade política e manifestações sociais, a citar: as ligas camponesas, os movimentos estudantis e as organizações sindicais que reivindicavam mudanças significantes nas políticas públicas sociais e na relação estrangeira do governo com investidores. O intenso crescimento de manifestações organizadas por essas associações colaborou para o desconforto dos conservadores políticos, como as Forças Armadas, a Igreja Católica, os ruralistas e grande parte do empresariado nacional e internacional. Eles se uniram para desestabilizar o governo Goulart, resultando no golpe que desempossou Jango da presidência. Na época, Luiz Cavalcante amplificou as ações do autoritarismo militar no estado. O cenário alagoano era de instabilidade sociopolítica, marcado pelo latifúndio, pela exploração da cana-de-açúcar e pelas sequelas do coronelismo. Cavalcante demonstrou-se um sustentáculo para o golpe civil-militar em Alagoas, já que, sendo militar de carreira, também se posicionou contra as medidas do governo Jango além de combater com intensidade os grupos reformistas daquela época. Investigando sobre o Golpe de Estado e atentando para a influência que os grandes meios de comunicação exerceram sobre o conjunto da sociedade, este artigo analisa principalmente como as publicações dos jornais Gazeta de Alagoas e Jornal de Alagoas retratou a tomada de poder pela via militar no Brasil, pouco antes e logo após o dia 1º de abril. Estudamos também as articulações políticas e como a classe trabalhadora foi retratada naquele momento pela imprensa, reconstituindo a atuação e os interesses dos grupos políticos.
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