Estudo vegetativo através da extração de variáveis geofísicas e utilizando-se de imagens da constelação Rapideye: Estudo de caso complexo estuarino lagunar mundaú-manguaba (CELMM)

Resumo

As imagens advindas de sensores remotos vem ao longo dos anos servindo de fontes de dados para estudos das mais diversas áreas, tais como: cartografia, oceanografia, geologia, estudos ambientais, urbanos, dentre outros. As imagens orbitais, passaram a representar uma das maneiras mais adequadas de monitoramento, tanto em escala local como global, tendo em vista a viabilidade e a tempestividade de aquisição das informações, o que propicia uma maneira eficaz de identificação dos processos de dinâmicas ambientais. Segundo Ramos et al. (2010) o sensoriamento remoto é uma ferramenta de obtenção de dados da superfície terrestre, que constitui uma importante técnica para o monitoramento sistemático da dinâmica da vegetação. Segundo Inácio (2016) um dos índices mais utilizados para o entendimento da dinâmica vegetativa é o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), onde sua variação de -1 a 1, representa variações do verdor vegetativo. O entendimento de variáveis ambientais como o NDVI assumem um papel importante no monitoramento e na estimativa dos diversos fenômenos naturais, servindo de suporte para monitoramento das mudanças ambientais e possibilitando a tomada de decisão para preservação e planejamento ambiental (MOREIRA, 2008). Diante do exposto a presente pesquisa visa estudar a variação do NDVI no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), utilizando-se de imagens da constelação de satélites RapidEye e de software livre e de código aberto QGIS. As imagens utilizadas nesta pesquisa são referentes aos dias 11/12/2011, obtidas pelo sensor REIS (RapidEye Earth Imaging System) do satélite RapidEye. Tais imagens foram adquiridas junto ao Geo Catálogo do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2015), possuem como Datum de referência o Sistema de Referência Geocêntrico

para as Américas (SIRGAS2000) e como projeção a Universal Transversa de Mercator (UTM), fuso 25 S. As imagens sofreram conversão dos números digitais (ND) para reflectância, transformando assim todos os pixels em valores físicos, o que permite a estimativa de índices, como o NDVI, que é obtido pela razão entre a subtração da reflectância das bandas do infravermelho próximo (NIR) e do vermelho (R) e a soma das mesmas bandas, Equação 4.3 (TUCKER, 1979). Segundo Simplicio e Silva (2013) áreas com vegetação sadia e com alto vigor tendem a obter valores positivos altos entre 0,5 e 1,0; já vegetação esparsas valores menores entre 0,2 e 0,5; solo exposto valores entre 0,1 e 0,2; as nuvens valores muito próximos a 0,0 e corpos d’água valores negativos. Os resultados obtidos para o CELMM apontam que os maiores verdores encontram-se em área correspondentes aos fragmentos de mata atlântica e os menores valores nas zonas urbanas, os corpos d’água possuem pixels sem valores negativos, o que pode indicar presença de materiais em suspensão, as áreas de cultivo, também apresentaram variações devido as fases da colheita. Diante do que foi levantada até o momento, a utilização de imagens do sensor REIS da constelação RapidEye é bastante produtiva para o entendimento da dinâmica vegetativa em um complexo tão importante como o CELMM e colaboram para o embasamento de novas políticas públicas para preservação do ecossistema do complexo.