O USO DO RETALHO DE LIMBERG PARA A RECONSTRUÇÃO DE PÁLPEBRA INFERIOR: RELATO DE CASO

Resumo

O carcinoma basocelular (CBC) é a neoplasia maligna da pele de maior incidência na população brasileira, representando 75% dos casos de câncer de pele. Estimou-se a ocorrência de 181.430 novos casos no Brasil em 2016, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Por se tratar de um carcinoma que acomete áreas expostas ao sol, como rosto e pescoço, o CBC também figura como a neoplasia maligna mais frequente das pálpebras. Essa região anatômica é de abordagem complexa, pois as reconstruções podem ocasionar sequelas de difícil reparo, dentre elas destaca-se o ectrópio. O retalho de Limberg constitui uma opção adequada, visto que ele disponibiliza uma maior quantidade de tecido para a área cruenta ocasionada pela ressecção tumoral e permite o uso de uma pele de mesma espessura, semelhante ao da área acometida. Paciente do sexo feminino, 83 anos, leucoderma, hipertensa, apresentou lesão hiperemiada, de centro ulcerado, com bordas irregulares e infiltrativas em pálpebra inferior esquerda. A operação foi realizada objetivando a exérese do tumor com posterior reconstrução da área acometida. Inicialmente, realizou-se a demarcação da área tumoral a ser ressecada com azul de metileno seguida de anestesia local com xilocaína 2%. Para remoção do tumor, respeitou-se as margens de segurança preconizadas pela literatura. O retalho de Limberg foi executado por meio do prolongamento do diâmetro do defeito ocasionado pela retirada da lesão. Ao final desta linha traçada, foi projetada uma outra, de mesmo comprimento, paralela à área de ressecção. Esta área abordada não foi convertida em um rombóide, pois a pálpebra inferior necessita de uma maior preservação tecidual, a fim de evitar complicações. Existem inúmeras opções disponíveis para a reconstrução pós-retirada de tumores da região palpebral. O retalho de Limberg possibilitou a utilização de um tecido de características semelhantes às da área ressecada, conferindo um bom resultado estético e funcional para a paciente.