O MENOSPREZO AMBIENTAL E A DEPRECIAÇÃO DA VIVÊNCIA DOS ESPAÇOS REAIS EM DECORRÊNCIA DA NOVA HABITAÇÃO VIRTUA

Autores

  • Mariana Moura Pereira Centro Universitário Tiradentes (UNIT-AL)
  • Millena de Souza Silva Lopes Centro Universitário Tiradentes (AL)

Palavras-chave:

modernidade, tecnologia, sustentabilidade

Resumo

O presente artigo busca compreender as transformações das relações pós-modernas que configuraram um novo padrão habitacional, no qual, seus usuários vivem proeminentemente no meio virtual, ignorando a realidade circundante. Assim sendo, foi despertado o interesse em obter uma melhor apreensão de como os espaços reais estão se organizando para comportar sua utilização perante sua invisibilidade e não percepção, enquanto o meio cibernético se sobressai ao proporcionar a vivência de um espaço utópico. A inserção tecnológica ascendeu o menosprezo dos ambientes naturais ao privilegiar espaços construídos e artificias. Contudo, embora os espaços mais usuais tenham sido inexistentes, essa degradação ambiental se tornou ainda maior. Logo, procurou-se entender quais os fatores que implicaram nesse contrassenso e quais medidas deveriam ser tomadas para que não haja tamanha degradação. A expressão neologista, habitação virtual, surgiu para compreender como os novos padrões sociais, manifestados com o processo de aculturação, se materializam espacialmente nas residências e cidades e como os vínculos entre o homem e a tecnologia transmutam as estâncias. O estudo sociológico de Zygmunt Bauman (2001), referente ao mundo líquido, salientou também estas transformações. Outras fontes que conceberam o conhecimento conclusivo acerca do tema proposto, foram artigos relacionados ao mundo capitalista e suas implicações, a psicologia ambiental relacionada às moradias, a despersonificação do lar, a sustentabilidade arquitetônica e a tecnologia computacional. Além de pesquisas que apontem dados relacionados ao meio ambiente, tecnologia e mudanças comportamentais e psicológicas nos espaços interiores. O presente estudo utilizou como meios de obtenção a pesquisa documental e bibliográfica, os quais foram os principais recursos para tornar apto o alcance do objetivo à pesquisa descritiva. Os procedimentos que nortearam o desenvolvimento foram o hipotético-dedutivo e o indutivo. A análise tem uma abordagem quali-quantitativa voltada às pesquisas bibliográficas para o seu desenvolvimento. Os métodos de procedimentos utilizados foram o funcionalista, o histórico, o comparativo e o estruturalista. Toda a pesquisa foi pautada pelo conhecimento cientifico e pela ciência factual. Por fim, o artigo foi estruturado iniciando-se com a reflexão acerca das transformações sociais perceptíveis com a ascensão da modernidade, ao fazer uma relação com o tempo e a sociedade ao apresentar a filosofia sociológica de Zygmunt Bauman. Em consequência, afere sobre o comportamento individualista materializado em não-lugares, que decorrem do novo mercado da globalização, a arquitetura. Dessa forma, apresenta-se a crise da identidade habitacional que surgiu graças a influência tecnológica da Guerra Fria atual, a que transformou os valores espaciais e relacionais. Assim, para concluir, suscitou-se a correlação entre a vivência espacial com o impacto ao meio ambiente, despertando a importância da valorização da arquitetura sustentável.

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Referências

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Publicado

2020-08-13

Como Citar

Pereira, M. M., & Lopes, M. de S. S. (2020). O MENOSPREZO AMBIENTAL E A DEPRECIAÇÃO DA VIVÊNCIA DOS ESPAÇOS REAIS EM DECORRÊNCIA DA NOVA HABITAÇÃO VIRTUA. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (5). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8113

Edição

Seção

Disciplinas de Práticas de Pesquisa, Práticas Extensionistas e IESC