GERMINOMA BIFOCAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: RELATO DE CASO

Autores

  • Lorena Barros dos Santos Mariz Costa UNIT/AL
  • Lara Carvalho de Almeida Vanderley
  • Karine Nascimento Chaves
  • Rosana Duarte Luz
  • Lauriana Medeiros de Souza Vasconcelos

Palavras-chave:

Germinoma, Pineal, Radioterapia.

Resumo

Germinomas bifocais do sistema nervoso central são tumores de células germinativas que acometem simultaneamente a glândula pineal e a região supraselar. Atualmente, vários serviços de oncologia no mundo têm considerado os germinomas bifocais como uma apresentação tumoral sincrônica, excluindo a possibilidade de se tratar de doença metastática. Paciente do sexo masculino, 31 anos, internado no serviço de neurocirurgia do Hospital Universitário de Alagoas, com quadro de redução da acuidade auditiva, ataxia da marcha, poliúria, polidipsia e diplopia com seis meses de evolução. Ressonância Nuclear Magnética de crânio com contraste evidenciou tumor em região da glândula pineal medindo 4,3 x 3,5 x 2,8cm, associado a espessamento da haste hipofisária e dilatação do sistema ventricular supratentorial. Foi confeccionada derivação ventrículo-peritoneal e duas semanas depois o paciente foi submetido à biópsia do tumor da glândula pineal por via subocciptaltrastentorial, que resultou em painel imunohistoquímico compatível com tumor de células germinativas. Uma semana após a cirurgia, iniciou-se protocolo de quimioterapia com três ciclos de cisplatina, etoposídio e bleomicina. Ao término do tratamento, o paciente apresentava melhora importante da visão, audição, coordenação motora e força muscular, exames hormonais revelaram pan-hipopituitarismo com hiperprolactinemia. Foi encaminhado para o serviço de radioterapia, onde se optou por realizar irradiação cranioespinhal com dose reduzida, e para a endocrinologia, sendo iniciada reposição hormonal. Ressonância Nuclear Magnética de controle realizada um mês após o término da radioterapia, evidenciou diminuição importante da massa tumoral, restando uma pequena área captante de contraste medindo 1,5 x 2 cm, que pode corresponder a teratoma ou área de radionecrose. Durante muito tempo, a única terapia aceita para os germinomas bifocais era a irradiação cranioespinhal. Hoje, a quimioterapia neoadjuvante, seguida de radioterapia localizada em doses menores, tem alcançado índices de cura semelhante e menos efeitos colaterais. Esses pacientes têm sido beneficiados com a estratégia de localizar a irradiação apenas no tumor e nos ventrículos cerebrais. O paciente relatado, entretanto, recebeu quimioterapia seguida de radioterapia cranioespinhal total, mesmo sem evidência de acometimento do neuroeixo, pois julgou-se que o risco de micrometástases para o neuroeixo era alto. Apesar de os germinomas serem tumores bastante responsivos ao tratamento estabelecido, um controle rigoroso e continuado com dosagem de marcadores séricos é obrigatória para detecção de recidivas.

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Referências

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Barros dos Santos Mariz Costa, L., Carvalho de Almeida Vanderley, L., Nascimento Chaves, K., Duarte Luz, R., & Medeiros de Souza Vasconcelos, L. (2020). GERMINOMA BIFOCAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: RELATO DE CASO. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8086

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas