A VALORIZAÇÃO E A DECADÊNCIA DA HABITAÇÃO DO BAIRRO DO JARAGUÁ, MACEIÓ-AL.
Palavras-chave:
cultura, patrimônio, revitalizaçãoResumo
O reconhecimento do bairro do Jaraguá como começo da cidade de Maceió e logo mais a capital da província de Alagoas revela a importância deste espaço como parte histórica e cultural da cidade. O Porto do Jaraguá foi o grande motivo para o desenvolvimento tanto do bairro, quanto da cidade, pois além de ocasionar a mudança da capital para Maceió, fez com que aumentasse o fluxo de comércio na região, causou a implantação de várias lojas e armazéns, bem como de atrativos como bares e bordéis que funcionavam durante a noite. Em meados do século XVII ocorreu um crescimento populacional e um desenvolvimento econômico, fazendo com que a cidade se expandisse e as partições públicas se dissiparam para outras regiões. A partir daí, o bairro do Jaraguá enfrentou um período de decadência e desvalorização do seu patrimônio, perdendo aos poucos seus moradores e o comércio da área. Mesmo após algumas tentativas de revitalização, o bairro não voltou a funcionar da mesma forma, fazendo com que o espaço fosse deixado a mercê do abandono e, por consequência, da violência. Assim, esse artigo tem como intuito traçar um panorama sobre a importância histórica e cultural do bairro do Jaraguá para a cidade de Maceió, mostrando como a desvalorização desse sítio histórico prejudicou a preservação da identidade sociocultural do modo de habitação e espacialização da sociedade maceioense. Da mesma forma, buscar tratar do processo de revitalização que foi feito com intuito de revivê-lo, tanto nos parâmetros econômicos quanto na volta do turismo, e a falha desse processo, até chegar na situação atual do Jaraguá. A pesquisa está embasada através do método de abordagem hipotético-dedutivo que visa testar uma possível resposta para um problema ou situação. O método de procedimento histórico também foi utilizado ao analisar artigos científicos e jornais da época sobre o bairro do Jaraguá. Pode-se concluir que o Bairro do Jaraguá é uma parte intrínseca da identidade cultural da cidade de Maceió. O sítio estudado tem uma riqueza imensurável em cultura e história, abrigando grande parte dos museus e praças mais importantes da cidade, devendo, pois, ser resgatado como espaço de habitação e de localização de órgãos públicos para voltar a ser reconhecido pelos indivíduos da sociedade. Essa mesma sociedade deverá exercer o fundamental papel de resgatar a memória dos dias de glória do bairro e integrá-lo ao cotidiano, transformando-o em um marco para o futuro, quando talvez, o Jaraguá volte a ser orgulhosamente a “porta de entrada” da capital de Alagoas.Downloads
Referências
ACIOLI, G. Jaraguá Acabou. Jornal Primeira Edição, Maceió. 30 junho de 2003.
AMARAL, Vanine Borges; FERRARE, Josemary Omena Passos. A Arquitetura Moderna em Maceió, Alagoas: Perspectivas de Preservação. In: Seminário DOCOMOMO N-NE, 2., Salvador, 2008. Anais... Salvador, 2008.
AUGÉ, Marc. Não-lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. 7ª Edição. Campinas, SP: Papirus Editora, 1994.
BAUMAN, Zygmunt, 1925. Identidade: Entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução: Carlos Alberto Medeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
CAVALCANTI, V. R. La production de l’espace à Maceió (1800-1930). Tese de doutorado. 1998. 430 f. Université de Paris I, Panthéon-Sorbonne (Institut d’étude du développement économique et social, Paris, 1998.
CÓDIGO DE URBANISMO e Edificações do Município de Maceió. Plano Diretor – Maceió 2006. Prefeitura Municipal de Maceió. Diário Oficial do Município de Maceió, 09 de fevereiro de 2007.
ESTADO de Alagoas. Secretaria de Estado da Cultura: Bairro Jaraguá. Disponível em: <http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/patrimonio-cultural/principal/textos/livros-de-tombo/livro-no-03-conjuntos-urbanos-e-sitios-historicos/bairro-de-jaragua>. Acesso em: 22 de ago. 2017.
FERRARE, Josemary Omena Passos; LEÃO, Tharcila Maria Soares. Jardim Público do Jaraguá, porta de entrada de Maceió no início do século XIX e XX. In: Colóquio Ibero Americano Paisagem Cultural, Patrimônio e Projeto – Desafios e Perspectiva, 3., Belo Horizonte, 2014. Anais... Belo Horizonte, 2014.
GALLERO, A. L. O lugar e o não-lugar no turismo. In: MOESH, M. M; GASTAL, S. Um outro turismo é possível. São Paulo: Contexto, 2004, p. 36-42.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Volume 2 – Memória. Edições 70, 2000.
PINHEIRO, M. L. B. Origens da noção de preservação cultural no Brasil. Risco (São Carlos), v. 3, p.1, 2006.
PROJETO de revitalização do bairro de Jaraguá. Disponível em: <http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=283024>. Acesso em 23 de maio de 2017.
VASCONCELOS, Daniel Arthur Lisboa de; ARAÚJO, L. M.; RAMOS, S. P. A Turistificação de Maceió-Alagoas-Brasil: uma perspectiva histórico-espacial. In: Congresso Luso Brasileiro para o Planejamento Urbano, Regional, Integrado e Sustentável - Pluris, 7., Maceió, 2016. Anais... Maceió: Viva Editora, 2016. v. 1. p.1-12.
VASCONCELOS, Daniel Arthur Lisboa de; ARAÚJO, Lindemberg Medeiros de. Espaço público Revitalizado e contradições: Enobrecimento e Antienobrecimento no bairro do Jaraguá, Maceió – Alagoas. In: Seminário da Associação Nacional Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo, 11., Ceará, 2014. Anais... Ceará, 2014.
VASCONCELOS, Daniel Arthur Lisboa de. Turistificação do Espaço e Exclusão Social: a revitalização do bairro de Jaraguá, Maceió - AL, Brasil. Turismo e Análise. Maceió, maio, 2005, v. 16, n. 1, p.47-67.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Semana de Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes - SEMPESq - Alagoas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico contribui para a democratização do saber. Assume-se que, ao submeter os originais os autores cedem os direitos de publicação para a Sempesq. O autor(a) reconhece esta como detentor(a) do direito autoral e ele autoriza seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído e impresso, desde quando citada a fonte.