O espaço feminino na Engenharia Civil
Palavras-chave:
mulheres, engenharia civil, discriminação de gêneroResumo
A desigualdade de gênero é uma realidade histórica plantada nas nossas mentes desde a infância, influenciando as meninas a seguirem os deveres domésticos e maternos, tratando-as como “sexo frágil”. A Engenharia Civil, que nasceu da Engenharia Militar, ainda não é uma área que acolhe as mulheres, sendo comum referir-se a ela como uma profissão para homens, e a decisão de ocupar um cargo “masculino” significa para a mulher quebrar valores tradicionais aos olhos dos outros, conservadores ou não. Mesmo com uma presença feminina maior nas engenharias, o dia-a-dia é muito difícil, e a discussão ainda não é suficiente, ainda que o movimento feminista esteja ganhando espaço na mídia. O objetivo foi fazer um estudo sobre o espaço da mulher na Engenharia Civil. O trabalho foi realizado a partir de revisão de literatura, com levantamento bibliográfico feito na plataforma Scientific Electronic Library Online (SciELO), incluindo produções entre o período de 2006 e 2017, com os seguintes descritores: mulher, engenharia, discriminação, mercado de trabalho e construção civil. Foram selecionados 15 artigos, dos quais seis apresentaram conteúdo satisfatório, por abranger a situação da mulher nas engenharias, desde o ambiente acadêmico até o mercado de trabalho. Os artigos mostram, através de entrevistas e estudos, todos os problemas existentes que as mulheres enfrentam na Engenharia Civil. Além de serem desencorajadas na hora de entrar no curso, elas são diminuídas na sala de aula e acusadas de usarem feminilidade para conseguir privilégios. Nas seleções de estágio, são desclassificadas já nos editais de seleção, que explicitam a preferência pelo sexo masculino. No canteiro de obra, as mulheres enfrentam dificuldades ao ter sua autoridade questionada, e às vezes não conseguem emprego aqui, pois recebem desculpas relacionadas a alojamento e banheiro inadequados, “trabalho pesado” e desqualificação, com isso, elas acabam sendo empurradas para os escritórios, ou aceitam cargos menores visando ascender com esforço dobrado. Quando nem isso acontece, a mulher recorre à área acadêmica, buscando pós-graduação, mestrado e doutorado para escapar da competitividade que é muito parcial. Constatou-se que as mulheres não são inferiores aos homens, mas são tratadas como tal, negadas o direito ao espaço no mercado de trabalho, sofrem com preconceito, piadas, intimidação, assédio e diferença salarial, fatos que expõem o problema do sexismo enraizado na Engenharia Civil. Concluímos que é necessário romper com a ideia ultrapassada de que o gênero diferencia o conhecimento e a capacidade dos profissionais da Engenharia Civil. Com isso, é esperado expandir a ideia de que a presença feminina pode contribuir para a área com suas visões singulares, inovadoras e holísticas, o que direciona o debate para a discriminação de gênero na Engenharia Civil em Alagoas.Downloads
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Publicado
2020-08-13
Como Citar
Rodrigues, L. B., & Pessoa, B. F. (2020). O espaço feminino na Engenharia Civil. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (5). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8038
Edição
Seção
Ciências Exatas
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