ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM CARDIOPATIAS CONGÊNITAS SUBMETIDOS À CIRURGIA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM ALAGOAS
Palavras-chave:
cardiopatias congênitas, cirurgia, prevenção.Resumo
INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CCs) são malformações anatômicas do coração, que podem comprometer tanto a sobrevivência como a qualidade de vida do paciente. Atualmente, estão entre as principais causas de morbimortalidade neonatal com prevalência crescente na população. OBJETIVO: Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com cardiopatias congênitas submetidos à cirurgia em um hospital de referência no estado de Alagoas, Brasil. METODOLOGIA: Estudo transversal e retrospectivo, realizado através da análise de prontuários de pacientes portadores de CCs submetidos à cirurgia em um serviço hospitalar do estado de Alagoas, no período de agosto de 2015 a agosto de 2016. As variáveis utilizadas foram: sexo, idade, tipo de cardiopatia, associação com outra doença cardiovascular ou síndromes genéticas, peso, altura, índice de massa corporal, tempo de internação hospitalar, tempo de cirurgia, tempo de circulação extracorpórea (CEC), complicações da cirurgia e óbito. RESULTADOS e DISCUSSÃO: Dentre os 65 pacientes portadores de CCs operados naquele período, 98,4% foram do tipo acianóticas, e entre estas a mais frequente foi a comunicação interventricular com 44,6% (29). Entre as cianóticas, a Tetralogia de Fallot (TF) foi a única encontrada, com 1,6%. Na maioria dos casos, cerca de 19,6% apresentaram duas ou mais cardiopatias associadas. A associação de CCs com outras malformações ou síndromes foi encontrada em 9,23% dos casos. Entre essas, a mais frequente foi a síndrome de Down (7,7%), que na maioria das vezes esteve associada à TF e ao defeito do septo atrioventricular (DSAV) total. Dez (10) pacientes apresentavam baixa estatura e 4 baixo peso para a idade. Houve predomínio do gênero masculino (54%). A idade variou de 0,83 a 53 anos, média 8,18 anos, sendo que 69,2% tinham idade igual ou menor a 10 anos. O tempo médio de internação hospitalar foi de 8 dias, e o tempo médio de cirurgia foi de 3,5 horas. Do total de pacientes 32,3% necessitaram de drogas vasoativas durante o ato cirúrgico e 12,3% apresentaram algum tipo de intercorrência, sendo arritmias e sangramentos as complicações mais comuns. 46 (70,7%) pacientes foram operados com CEC, sendo o tempo médio de CEC de 48 minutos. Um paciente portador de DSAV parcial evoluiu para óbito intra-hospitalar. CONCLUSÃO: Diante dos achados, acredita‑se que este estudo poderá contribuir para intensificar as ações educativas e de assistência em relação à prevenção e diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas e para a criação de novas estratégias no tocante à adesão ao tratamento e ao controle destas.
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