Fabricação de tijolos solo-cimento com pós de conchas de sururu

Autores

  • Paulo Chagas do Carmo Centro Universitário Tiradentes
  • Amanda Tenório da Costa Centro Universitário Tiradentes
  • Janaina Accordi Junkes Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

Sururu, Tijolo solo-cimento, resíduos sólidos

Resumo

A disposição inadequada de resíduos é um dos principais agravantes ao meio ambiente em pleno século XXI. Um dos setores que descarta uma grande quantidade de resíduos é o da maricultura. A maricultura compreende a atividade humana de produzir nos mares seres aquáticos, é uma produção artificial, de forma induzida e controlada pela ação do homem e ainda hoje não existe um destino correto para as conchas descartadas pelo setor. O sururu (Mytella falcata Orbigny) é o principal marisco produzido na região de Maceió, Alagoas, onde é obtido por meio de pesca de subsistência, ele é um marisco bivalve (inserido em duas conchas) e a parte orgânica é a única comercializada, tendo suas cascas descartadas irregularmente. Dentre os problemas causados pelo descarte de maneira irregular dos resíduos oriundos da produção de mariscos destacam-se a poluição visual, com os sambaquis, a proliferação de doenças e soterramento do mangue, além de contaminar a água e alterar o ecossistema local. Visando diminuir esses problemas e fornecer mais uma fonte de renda para os maricultores este projeto tem como objetivo aproveitar o material de descarte na produção de tijolos solo-cimento, substituindo parte do cimento (10%, 15% e 20%) pelo pó das conchas de Sururu. O uso do solo-cimento na construção de habitações populares permite uma grande economia, com redução de custos que pode atingir até 40% do custo total da obra, e ainda podem ser moldados “in loco”, sem necessitar de gastos com transporte, desde que o solo atenda aos requisitos. O tijolo solo-cimento, é constituído por uma mistura compactada de solo, cimento Portland e água, em proporções estabelecidas pela norma ABNT NBR 12253/92. Para avaliar o desempenho do material produzido será realizado ensaios de compressão e de absorção de água, seguindo a norma ABNT NBR 8492. Foi realizada a caracterização das conchas, ensaios de DRX e FRX. Com o moinho de bolas, realizou-se a transformação do material em pós. Para definir a curva granulométrica, utilizou-se o agitador de peneiras com o tempo de 15 minutos e vibração de 7. Realizou-se a caracterização do solo com ensaios de granulometria e ensaio de plasticidade. Para dar prosseguimento a pesquisa, estão sendo avaliadas misturas em microescala para em seguida realizar a prensagem dos tijolos em escala real de acordo com a melhor mistura. Com estas avaliações, será possível conferir a viabilidade do aproveitamento do Sururu para a fabricação de tijolos solo-cimento, e assim dar uma destinação mais nobre a este resíduo rico em carbonato de cálcio, agregando ao produto final um valor socioambiental.

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Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8492: tijolo de solo-cimento: análise dimensional, determinação da resistência à compressão e da absorção de água: método de ensaio. Rio de Janeiro, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12253: solo-cimento: dosagem para emprego como camada de pavimento. Rio de Janeiro, 1992.

MONTIBELLER, G. F. Maricultura e Meio ambiente. A experiência da escória como alerta para o Brasil. Textos de Econômia, v.8, n.1, pp. 193-206., 2002.

ROSA, R. C. C. Impacto do cultivo de mexilhões nas comunidades pesqueiras de Santa Catarina. Dissertação (Mestrado em Aquicultura) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC., 1997.

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Publicado

2020-08-13

Como Citar

do Carmo, P. C., da Costa, A. T., & Junkes, J. A. (2020). Fabricação de tijolos solo-cimento com pós de conchas de sururu. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (5). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/8017

Edição

Seção

PROBIC E PIBIC