A RELAÇÃO ENTRE OS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS, DISTÚRBIOS DE IMAGEM E TRANSTORNOS ALIMENTARES

Resumo

Introdução: O Brasil é um dos dez lugares a compor o ranking de países em que mais se realizam procedimentos estéticos no mundo (ISAPS, 2020). Tal fato nos leva a pensar que, à medida que a sociedade avança, paradoxalmente, retrocede por estar sob domínio de padrões rígidos, fragmentados e estereotipados acerca dos corpos que nela vivem e de suas interfaces. O processo de normatizar, aceitar-se e buscar uma forma de corpo ideal (autoimagem) colocam em questão as condições de escolha e autonomia que o indivíduo decide aderir ou excluir (ou não) pela coletividade, o que pode acarretar danos irreparáveis à sua qualidade de vida. Objetivo: Identificar os fenômenos que podem influenciar, ainda mais, o Transtorno Dismórfico Corporal e Transtornos Alimentares (TAs), correlacionando-os com o papel da psicologia para o enfrentamento destes. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Utilizaram-se as bases de dados Pubmed e Scielo, cruzando os descritores ‘Image disturbances’ OR ‘eating disorders’ AND ‘role of the psychologist’ OR ‘aesthetic procedures’. Foram selecionados artigos, teses e dissertações que estabeleceram analogias frente à temática, incluíram-se achados na Língua Inglesa ou Portuguesa publicados há, pelo menos, cinco anos e que avaliaram os impactos dos distúrbios alimentares e de autoimagem na qualidade de vida. Resultados: estima-se que quanto maior a faixa etária do indivíduo, maior será o percentual de apresentar TAs; outro fator considerado evidencia que a ansiedade se mostra favorável ao aumento de TAs. Convém destacar que o vício por exercício físico se apresenta como um indicador possível de TAs. Por outro lado, os meios midiáticos corroboram para que as pressões sociais e normatizações sejam propagadas em massa, reproduzindo um discurso retrógrado e homogêneo, valorizando e reforçando os ‘ideais de beleza’. Esses, que, pautados em uma busca incessante por corpos magros, reforçam o modo de pensar a favor do emagrecimento como caminho para a ‘perfeição do corpo’, por sua vez, acarretando em práticas alimentares que não são saudáveis (JULI, 2019; IZYDORCZYK et al., 2020; PRICHARD, 2020). Como resultado dessa pressão por ter e manter um corpo dentro dos padrões estéticos aceitáveis, o sujeito não apenas desenvolve os transtornos já citados, como também produz em si uma autoimagem desadaptativa/distorcida. Conclusão: os fatores como faixa etária, ansiedade e os meios midiáticos influenciam muito para o desenvolvimento desses tipos de transtornos. Observa-se, nesse estudo e em investigações posteriores, a importância da participação dos profissionais da saúde, em particular, do psicólogo e do nutricionista para o tratamento dos possíveis transtornos e ansiedade que relacionados às boas práticas alimentares podem promover hábitos saudáveis e maior qualidade de vida e, consequentemente, diminuir com padrões comportamentais inadequados.