CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS DE SARAMPO NO BRASIL NO PERÍODO DE 2010-2020

Resumo

Introdução: O sarampo é uma doença infecciosa grave que pode ocasionar sequelas e até mesmo óbito. A melhor forma de prevenção da doença se faz por meio da vacinação e de acordo com a Organização Mundial da Saúde, milhões de pessoas têm risco de contrair a doença, sendo necessário 95% de cobertura vacinal para proteger a população. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo analisar a situação epidemiológica dos casos de sarampo no Brasil entre os anos de 2010 e 2020. Metodologia: Trata-se de um estudo com abordagem descritiva e quantitativa, de característica epidemiológica e de corte transversal, com a coleta de dados em bases do DATASUS e boletins epidemiológicos disponibilizados para acesso na página virtual do Ministério da Saúde. Resultados: Conforme os dados coletados, no Brasil a transmissão autóctone do vírus foi cessada no ano de 2000, no entanto, em 2010 a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SES/PA) notificou um caso suspeito, o mesmo com sorologia positiva. No mesmo ano foram confirmados 68 casos de sarampo no país, seguidos, respectivamente em 2011, 43 casos. No ano de 2012 foram confirmados casos em São Paulo e Rio de Janeiro, já em 2013 notificaram 621 casos suspeitos e 220 confirmados. Em 2014 a semana epidemiológica 53 (01/01 a 31/12/2014) confirmou 726 casos. No ano de 2015 houve 214 casos confirmados. Nos anos de 2016 e 2017, devido às ações de vacinação, não foram registrados casos para esse período. Mas com a reintrodução do vírus no país, em 2018, o Brasil confirmou 10.326 casos. O ano em que ocorreram as maiores quantidades de notificações por sarampo foi em 2019, com total de 61.293 casos notificados e 15.914 confirmados. Em 2020, nas semanas epidemiológicas 1 a 52 foram notificados 16.736 casos de sarampo e 8.427 foram confirmados.  Devido ao aumento corriqueiro de notificações de casos, o ministério da saúde aumentou as barreiras para o controle da doença, intensificando a rotina de vacinação para duas doses da vacina tríplice viral. Durante o periodo do estudo, a quantidade de óbitos por sarampo predomina, tanto em meninos quanto em meninas menores de 1 ano de idade, conforme prevalencia de 49,5% de óbitos no sexo feminino e 50,9% para o sexo masculino. Quase todos os óbitos não apresentaram imunização vacinal para o sarampo. Conclusão: Destaca-se a importância da vacinação para a diminuição de casos confirmados e o monitoramento dos casos confirmados de sarampo para análise da efetividade das medidas de prevenção no país.