A PROSTITUIÇÃO E O ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO DE MULHERES TRAVESTIS E TRANSEXUAIS EM MACEIÓ-AL

Autores

  • Davi Santana Da Silva Centro Universitário Tiradentes- UNIT
  • Gabriela Lara Alves de Moraes Pachioni Centro Universitário Tiradentes - UNIT
  • Valesca Lidiane dos Santos Macedo de Sá Belo Centro Universitário Tiradentes - UNIT

Palavras-chave:

Identidades, mulher transexual negra, mulher travesti negra

Resumo

A presente pesquisa objetiva analisar, a partir de entrevistas disponíveis no Canal Wonderfull (https://www.youtube.com/channel/UCcdOwSJig-sXU7SGCkP4AeQ/videos) na plataforma Youtube, os sentidos produzidos por mulheres travestis e transexuais participantes de pesquisa acerca da prostituição e de que modo suas vidas são impactadas pela mesma. Para contemplá-la será realizada netnografia e análise de discurso de Pêcheux (1995) e (2002).Com o número exorbitante de assassinatos de mulheres travestis e pessoas transexuais qualificados por “crime de ódio", marcadamente mulheres negras e periféricas no Brasil e em Alagoas, é importante refletir quais questões, desafios e enfrentamentos perpassam essas vidas. Esta pesquisa está sendo realizada em Maceió-AL. Quais as formas de sobrevivência que lhes são permitidas? Pode-se fazer um paralelo entre os corpos trans (me refiro aos corpos de travestis e transexuais), que parecem continuamente segregados e escravizados pela sociedade, assim como acontecia no século XVIII com as pessoas negras. Na maioria das vezes, a alternativa que lhes é apresentada é a prostituição. Em Alagoas, no Nordeste e no Brasil como um todo, gênero, raça e classe são marcadores de diferença e determinantes sociais de saúde capazes de causar fortes processos discriminatórios, repressivos e adoecedores, incluindo o racismo, a transfobia e o classismo o que continuam corroborando os processos excludentes da vida de muitas mulheres travestis e transexuais.Em 2020, o Brasil continua com o primeiro lugar no ranking dos assassinatos de pessoas trans no mundo, com números que estão acima da média. Foram registradas 184 mortes no Mapa dos assassinatos de 2020, sendo 175 assassinatos contra pessoas do gênero feminino (BENEVIDES; NOGUEIRA, 2021). É de extrema relevância, considerarmos as mais variadas formas de exterminar vidas, e o preconceito são uma delas, contribuindo com que a pessoa que sofre a discriminação venha a cometer suicídio, automutilação, uso abusivo de drogas etc. Estamos passando por um momento ímpar com a pandemia da COVID-19, que iniciou no ano de 2020. Isso repercutiu e afetou diretamente a vida de mulheres travestis e transexuais, em especial as trabalhadoras sexuais. Acreditava-se que com o isolamento social, os índices de assassinatos poderiam cair, mas devido ao não acesso às políticas emergenciais do Estado, a maioria delas continuaram a exercer suas atividades nas ruas para garantir a subsistência, se expondo ao vírus em todas as fases da pandemia. Cerca de 70% dessa população se encontra em condições precárias, 58,6% são pertencentes ao grupo de risco (BENEVIDES; NOGUEIRA, 2021). Em pleno ano de 2021, mulheres travestis e transexuais não têm seus direitos básicos garantidos, como o acesso à educação, à saúde e ao mercado formal de trabalho, além da falta de políticas públicas específicas que garantam que seus direitos não sejam violados.Essas mulheres são “arremessadas” a (sobre)viver em condições, muitas vezes, desumanas, assim como aconteceu às pessoas negras em toda sua construção sociocultural no Brasil e no mundo por muitos anos. Aqui focaremos no contexto Alagoas e em especial Maceió-AL, para se implicar, se afetar e desvelar essas vidas que são condicionadas ao extermínio social que é moralista, machista, racista, classicista e transfóbica.Este projeto é desdobramento de um outro que está em desenvolvimento que servirá para produção de uma tese, este está vinculado ao programa de Pós-graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas – SOTEPP – UNIT e esta sendo realizado pela co-orientadora dessa pesquisa.

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Biografia do Autor

Davi Santana Da Silva, Centro Universitário Tiradentes- UNIT

Centro Universitário Tiradentes /Psicologia

Gabriela Lara Alves de Moraes Pachioni, Centro Universitário Tiradentes - UNIT

Centro Universitário Tiradentes /Psicologia

Valesca Lidiane dos Santos Macedo de Sá Belo, Centro Universitário Tiradentes - UNIT

Centro Universitário Tiradentes / Doutoranda do PPG em SOTEPP

Referências

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider B. (Orgs.). Dossiê –

assassinatos e violência contra travestis e transexuais no Brasil em 2018.

ANTRA/IBTE: Brasil, 2019.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider B. (Orgs.). Dossiê –

assassinatos e v

iolência contra travestis e transexuais no Brasil em 2019. ANTRA/IBTE: Brasil,

BENEVIDES, Bruna. Nova epidemia, Velhas Mazelas, 2020.Medium. Disponível em:

https://medium.com/@brunagbenevides/nova-epidemia-velhasmazelas-5a320a622a0c -

acessado em 15/11/2020.

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do

óbvio.Tradução Eni Puccineli Orlandi [et al]. 2.ed. Campinas: editora da UNICAMP,

PÊCHEUX, Michel. O discurso, estrutura ou acontecimento. Tradução Eni

Puccineli Orlandi. 3.ed. Campinas: Pontes, 2002.

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Publicado

2021-11-12

Como Citar

Da Silva, D. S., Pachioni, G. L. A. de M., & Belo, V. L. dos S. M. de S. (2021). A PROSTITUIÇÃO E O ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO DE MULHERES TRAVESTIS E TRANSEXUAIS EM MACEIÓ-AL. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (9). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/15240

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PROVIC/UNIT - Ciências Humanas e Sociais Aplicadas