ANÁLISE COMPARATIVA DA INCIDÊNCIA DE HANSENÍASE ENTRE O BRASIL E O ESTADO DE ALAGOAS ENTRE OS ANOS DE 2016 A 2020

Resumo

A Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é a Mycobacterium leprae,que afeta os nervos periféricos,mais especificamente, as células de Schwann. Sua transmissão se dá por meio da eliminação de bacilos pelas vias aéreas de um doente não tratado, infectando, assim, suscetíveis. Em 2019, foram reportados cerca de 202185 casos novos de hanseníase no mundo, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo 27864 casos notificados no Brasil, destacando o país como uma nação com alta carga para a doença, o que coloca o Brasil em 2º lugar na relação de países com maior incidência da patologia no mundo, atrás apenas da Índia. A partir disso, se faz necessária uma análise epidemiológica, a fim de compreender quais os grupos mais vulneráveis à Hanseníase. OBJETIVO: analisar o perfil epidemiológico da Hanseníase e qual o gênero mais afetado em Alagoas comparando-o com os dados nacionais entre 2016-2020. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo descritivo, observacional, feito pelo levantamento de dados do SINAN disponível no Departamento de Informática do SUS/DATASUS. Os dados foram analisados segundo as variantes de sexo e raça. RESULTADOS: Entre 2016 e 2020, foram notificados 162.417 novos casos de Hanseníase no Brasil. Em Alagoas, 1809 casos. No país, a incidência de casos teve um crescimento de aproximadamente 2.000 casos por ano, com uma queda a partir de 2019, apresentando uma diferença de 86 casos quando comparado ao ano anterior. Em 2020 foi observado uma queda de 42,1% com relação a 2019. Considerando os grupos estudados, o sexo masculino é responsável por mais de 50% dos casos. Em Alagoas, também houve crescimento dos casos entre 2016 e 2018, com queda de 18,1% em 2019 e 32% em 2020 sendo o sexo masculino mais de 50% dos casos. A raça amarela foi a que teve uma menor diminuição no total de novos casos 15% e o ignorado/branco diminuiu 40% em 2020 em relação ao ano de 2016. Já no cenário alagoano, a raça preta e indígena mantiveram-se proporcionalmente iguais, ignorado/branco teve 2,6% de diminuição de casos comparando os anos de 2016 a 2020. Já a faixa etária mais acometida no país e em Alagoas em 2020 foi 40-49 anos, apresentando 19,67% e 22,47% respectivamente. CONCLUSÃO: Portanto, a análise comparativa dos dados epidemiológicos da Hanseníase no Brasil e em Alagoas entre 2016-2020 é capaz de fornecer subsídios para a identificação de fatores críticos capazes de levar ao maior acometimento de determinados grupos sociais em detrimento de outros. Além disso, impulsiona a apuração do real motivo da diminuição dos casos em 2020: declínio absoluto da incidência ou subnotificação em virtude da pandemia da COVID-19.