FISIOLOGIA DO TRANSTORNO DE PÂNICO
Resumo
Introdução: O Transtorno de Pânico (TP) é uma complicação dos transtornos de ansiedade. Essa patologia é caracterizada por recorrentes ataques de pânico inesperados de sintomatologia corporal intensa, como taquicardia, dores no peito, náuseas, tonturas, tremores e sensações de falta de ar associados a preocupação com futuros ataques e medos intensos relacionados à morte e perda de controle. Além disso, pacientes que apresentam TP estão vulneráveis ao risco de desenvolvimento de deficiências significativas nas funções cognitivas, como quadros de desrealização, marcados por sensações de irrealidade, e despersonalização, relacionado à perda da consciência de si próprio. Consequentemente, a doença pode ser facilmente confundida com outros transtornos psiquiátricos com quadros clínicos semelhantes, o que fez com que o TP se tornasse objeto de estudo de inúmeras pesquisas científicas voltadas para a psiquiatria, com o fito de entender melhor seu funcionamento para proporcionar uma maior qualidade de vida aos indivíduos portadores da anomalia. Objetivos: Esclarecer a fisiopatologia associada ao Transtorno do Pânico e as estruturas encefálicas envolvidas. Metodologia: Foram examinados artigos convergentes com a temática proposta, disponibilizados nas plataformas de dados BVS e PUBMED, sob os descritores de “Transtorno de Pânico” e “Fisiologia”, utilizando o operador booleano “AND”. O filtro de tempo utilizado restringiu a busca para publicações divulgadas entre os anos de 2016 e 2021. Resultados: O modelo fisiopatológico do Transtorno de Pânico está associado à hipótese da “rede do medo”, que inclui regiões límbicas e sensoriais, como córtex frontal, ínsula, amígdala, hipocampo e córtex sensorial. Nesse sentido, as regiões sensoriais estão conectadas com áreas límbicas para gerenciar a hipersensibilidade ao medo desconhecido, e a disfunção no controle do medo, realizado pela região frontal do córtex encefálico, irá provocar os ataques de pânico. Além disso, a região talâmica – que atua como retransmissora entre os sinais sensoriais periféricos e corticais – responde de forma hipersensível a estímulos ameaçadores em pacientes portadores de ansiedade, favorecendo a ocorrência do transtorno. Em associação, a disfunção amigdalar pode contribuir para o desenvolvimento e progressão do TP, pois está relacionada com o aumento das condições para que o quadro ocorra, bem como a resistência à extinção da reposta sensorial exagerada, levando ao medo irracional de novos ataques e comportamentos de evitação. Conclusão: O Transtorno do Pânico é potencializado em pacientes portadores de transtornos de ansiedade, visto que essa condição aumenta o risco de ocorrência de ataques de pânico. As regiões da “rede do medo”, ao serem hipersensibilizadas, irão desencadear respostas exageradas ao pânico, levando à ocorrência da sintomatologia característica da patologia.
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