SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIANTE DA PANDEMIA DA COVID-19

Resumo

Introdução: Diante da pandemia da COVID-19 foi necessário o distanciamento social como medida de prevenção da disseminação do vírus. O confinamento, a perda da rotina normal e a redução do contato social e físico com outras pessoas causam tédio, frustração, angústia e uma sensação de isolamento do resto do mundo. Este isolamento também impactou negativamente o público infanto-juvenil em virtude do rápido fechamento das escolas, restrição das atividades físicas e de lazer ao ar livre. Além disso, foi evidenciado uma maior proporção de violência doméstica, gerando além da ansiedade, medo e mudança na alimentação. Pois, por estarem mais tempo em casa estariam expostas a ambientes familiares estressantes, já que os adultos passam por impactos econômicos, exaustão, fadiga e problemas próprios de saúde mental. Objetivos: Identificar os impactos na saúde mental de crianças e adolescentes diante da pandemia da Covid-19 e suas repercussões no âmbito familiar.Metodologia: Foi utilizado o banco de dados do PubMed, usando os seguintes descritores: “Covid - 19”, “mental health”, “adolescents”, “children”, “depression”, “anxiety”, com o conector AND. Filtros aplicados: Revisão, no último um ano. Obtendo quinze artigos, sendo utilizados sete destes. Foi utilizado também o banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde com os mesmos descritores usados na pesquisa do Pubmed, sendo encontrados quarenta e dois artigos, destes foram utilizados nove artigos. Resultados: As evidências iniciais mostram alta prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes, devido à própria pandemia, ao isolamento social e ao estresse dos pais. Estudos também apontam maior prevalência das taxas de depressão e ansiedade em adolescentes e no sexo feminino em comparação com crianças e sexo masculino. Um estudo chinês com crianças e adolescentes em recolhimento domiciliar descobriu sintomas de humor depressivo em 22% dos participantes e predomínio de ansiedade em 18%. Trabalhos recentes, constataram que os mais novos de três a seis anos de idade seriam mais favoráveis a expressar prejuízos psíquicos, devido a imaginarem seus familiares infectados, porém o nervosismo e falta de atenção foi prevalente em faixa etária variada. Conclusão: Portanto, crianças e adolescentes são mais suscetíveis a impactos na saúde mental relacionados ao seu estágio de desenvolvimento vulnerável, medo de infecção, confinamento em casa, suspensão da escola regular e atividades extracurriculares. Logo, é importante considerar o rastreio rotineiramente a depressão e a ansiedade realizada pelos profissionais de saúde médica e comportamental, bem como o aumento do acesso aos serviços de saúde mental será fundamental.