ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE DEMÊNCIAS E CASOS GRAVES DE COVID-19: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Autores

  • Leonardo Souza de Oliveira Centro Universitário Tiradentes (UNIT)
  • Pablo Felipe dos Santos Monteiro Centro Universitário Tira-dentes (UNIT) https://orcid.org/0000-0002-7849-3963
  • Cesário da Silva Souza Centro Universitário Tiradentes (Unit)

Palavras-chave:

COVID-19, Demências, Envelhecimento

Resumo

Introdução:  As demências podem ser caracterizadas por um declínio cognitivo ou modificações comportamentais (neuropsiquiátricas) em relação a um nível prévio de desempenho que causa perda da independência para as atividades de vida diária. A doença de Alzheimer e a demência vascular são as principais formas de demência no idoso, correspondendo a cerca de 80% a 90% das causas.  (Cadernos de Atenção Básica, 19).  Sabendo que desde de março de 2020 vivenciamos a pandemia do COVID-19, que trouxe inúmeras consequências tanto de morbidade como de mortalidade para a população idosa, estudos recentes demonstram que as doenças neurodegenerativas que causam demência aumentam os riscos de gravidade e morte pela infecção por coronavírus. No caso de pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são até três vezes maiores e podem ser aumentados em seis vezes se tiverem mais de 80 anos. (Tahira AC ). Sendo assim, fica evidente a importância do tema e do surgimento de mais estudos sobre a relação das demências com a pandemia do COVID-19. Objetivos:  Objetivo Geral: Analisar as relações entre as Demências e casos graves de COVID-19 a partir de dados existentes na literatura. Objetivos Específicos: Identificar as possíveis explicações para os piores desfechos dos casos de COVID-19 em pacientes com diagnóstico prévio de Demências. Metodologia: Este trabalho foi elaborado por meio de uma revisão integrativa da literatura e aborda a relação entre as demências e casos de COVID, buscando em publicações dados que respondam ao seguinte questionamento: quais as possíveis relações entre as duas patologias? A coleta de dados foi realizada tendo como referência as bases de dados Scielo, Pubmed e a biblioteca Cochrane. Os descritores da pesquisa utilizados foram “dementias” AND “covid”. Como critérios de inclusão foram utilizados trabalhos publicados na língua inglesa e portuguesa entre os anos de 2011 e 2021, com resumos disponíveis nos bancos de dados e texto disponível na íntegra na internet. Resultados e Conclusão: Pacientes com demência são mais propensos a desenvolver COVID-19, em geral, apresentam idade mais elevada, grande parte vive sob cuidados de outros ou em lares de idosos, e até pela própria condição debilitante da doença, a autoproteção contra o vírus é deficitária, aumentando o risco de infecção.  No entanto, o que diversos estudos recentes tem apontado, é que as demências não tornam apenas os indivíduos mais propensos a desenvolver COVID-19, mas também apresentar resultados desfavoráveis do quadro.   Uma das explicações para os desfechos observados é que condições inflamatórias crônicas ou respostas imunológicas defeituosas, causadas pelo envelhecimento do sistema imunológico (imunossenescência), podem aumentar a vulnerabilidade e reduzir a capacidade desses pacientes de montar respostas eficazes à infecção. Outra hipótese é a alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica, causada pela doença de Alzheimer, que pode possibilitar o aumento da infecção no sistema nervoso central. (Tahira AC ). A literatura emergente evidencia que as comorbidades demenciais são um fator de alto risco para a prevalência e mortalidade de COVID-19. No entanto, torna-se necessário a realização de mais estudos ao redor do mundo para destrinchar as relações entre as duas doenças.

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Referências

- Alzheimer’s Disease International. World Alzheimer Report 2015: 'The Global Impact of Dementia: An analysis of prevalence, incidence, cost and trends.

- Alzheimer’s Disease International. World Alzheimer Report 2014: Dementia and Risk Reduction, An Analysis of Protective and Modifiable Factors, Summary Sheet.

- UNITED NATIONS. Programme on ageing: The Ageing of the World's Population 2009; 2009.

-BRASIL. Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde; 2007. (Cadernos de Atenção Básica, 19). Disponível em: Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / (saude.gov.br) Acesso em: 29/05/2021

-Tahira AC, Verjovski-Almeida S,Ferreira ST. Dementia is an age-independent risk factor for

severity and death in COVID-19 inpatients. Alzheimer 's Dement. 2021;1-14. https://doi.org/10.1002/alz.12352

-Chia-Ling Kuo, PhD, Luke C Pilling, PhD, Janice L Atkins, PhD, Jane A H Masoli, MBChB, João Delgado, PhD, George A Kuchel, MD, David Melzer, MBBCh, PhD, APOE e4 Genotype Predicts Severe COVID-19 in the UK Biobank Community Cohort, The Journals of Gerontology: Series A, Volume 75, Issue 11, November 2020, Pages 2231–2232, https://doi.org/10.1093/gerona/glaa131

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Publicado

2021-11-12

Como Citar

Oliveira, L. S. de, Monteiro, P. F. dos S., & Souza, C. da S. (2021). ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE DEMÊNCIAS E CASOS GRAVES DE COVID-19: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (9). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/15126

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PROVIC/UNIT - Ciências da Saúde e Biológicas