O GRAU DE ANSIEDADE E SUA CORRELAÇÃO COM FATORES CONDICIONANTES E PROTETIVOS NA COMUNIDADE LGBTQIA+ DO ESTADO DE ALAGOAS
Palavras-chave:
Alagoas, Ansiedade, LGBTQIA .Resumo
Introdução: A comunidade LGBTQIA+ relata maiores índices negativos na saúde mental, principalmente acerca dos transtornos de ansiedade e depressão. Percebe-se que há uma associação dessas condições a fatores que interferem na saúde mental, tais como: ausência de apoio psicológico, rejeição familiar, estigma social, auto-estigma e bullying. No Brasil, além destes condicionantes, esta comunidade sofre com a negligência governamental evidenciada na ineficiência de políticas públicas e no preconceito da sociedade, dando ênfase no estado de Alagoas o cenário torna-se ainda mais necessitado. Objetivo(s):Identificar a pontuação de ansiedade, reconhecer os fatores condicionantes e protetores para este transtorno e avaliar o grau de influência destes para com a comunidade LGBTQIA+. Metodologia: Efetuou-se uma revisão bibliográfica na base de dados do PUBMED e BVS, utilizando-se o descritor “LGBT AND Mental health”. Os filtros de cinco anos e humanos, sem restrição linguística, foi aplicado, resultando em 233 e 462 trabalhos, respectivamente. Adicionando também critérios de inclusão (ansiedade e depressão) e de exclusão (estudo em apenas um segmento da comunidade LGBTQIA+ e trabalhos repetidos), associando à uma análise dos títulos e resumos, quinze artigos foram selecionados. A partir disso, realizou-se um questionário no Google Forms, compartilhado em redes sociais (Whatsapp, Twitter e Instagram), em prol de analisar os dados referente ao grau de ansiedade, com base na escala de ansiedade de Beck, em indivíduos não-heteronormativos, junto com os fatores influenciadores. Houve, no total, 34 respostas, porém, excluiu-se respostas que ultrapassaram a idade limítrofe ou que não somavam resultado estatístico, sobrando 32 respostas. Dentre as que seriam avaliadas, dezessete eram bissexuais, oito gays, dois assexuais e cinco lésbicas. Não houve participação de pessoas trans no questionário. Resultados: Dentre as sexualidades englobadas na pesquisa, identificou-se na análise que lésbicas possuíram a maior média de ansiedade, seguidas por bissexuais e os assexuais obtiveram menor índice. Em relação a idade, indivíduos de 19 a 21 anos apresentaram taxas maiores de sintomas ansiosos, seguinte a estes tem-se os dados referente aos jovens de 21 a 25 anos, enquanto pessoas 26 a 30 anos obtiveram a menor média. Quanto aos fatores condicionantes para ansiedade, a variável “família” apresentou o maior grau prejudicial para os bissexuais, as lésbicas e os assexuais, enquanto os gays apontaram “financeiro” como o maior coeficiente deletério para saúde mental. O elemento “companheiro” manteve-se com o menor índice nocivo em todas as sexualidades avaliadas. No decorrer do estudo dos fatores protetores da ansiedade, bissexuais e lésbicas excluíram “religião” como um coeficiente positivo, ao passo que assexuais listaram apenas família e amigos, e gays registraram todos os fatores do questionário. Conclusão: Dessa forma, é perceptível que lésbicas e bissexuais são os mais afetados pelos sintomas ansiosos. Além disso, as idades entre 19 e 25 referem uma maior incidência para quadros graves de ansiedade. Por fim, depreende-se o impacto deletério que a rejeição parental e a situação financeira tem para com os níveis de ansiedade da comunidade LGBTQIA+, que se assegura protetivamente na aceitação por parte de amigos e familiares.
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Referências
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