A relação entre Covid-19 e transtorno do pânico na sociedade pós-pandemia

Resumo

Introdução: A realidade imposta em virtude da pandemia do COVID-19 trouxe consigo inúmeros prejuízos aos componentes psicossociais da humanidade. As síndromes do desconforto respiratório são caracterizadas por quadros de falta de ar, desconforto torácico ou dor, no entanto esses sintomas também podem ser característicos de um ataque de pânico, bem como transtornos de ansiedade. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o início de um ataque de pânico pode ou não ter um fator desencadeante para que ele ocorra. Nessa perspectiva, o aumento dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais durante a pandemia pode ocorrer por diversas causas. Nesse caso, pode-se destacar a ação direta do SARS-CoV-2 no sistema nervoso central, as experiências traumáticas associadas à infeção ou à morte de pessoas próximas, o estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento social ou pelas consequências econômicas, na rotina de trabalho ou nas relações afetivas e, por fim, a interrupção de tratamento por dificuldades de acesso podem desencadear ou intensificar transtornos psicológicos. Dessa maneira, apesar do COVID-19 não se caracterizar, especificamente, como agente etiológico precursor de doenças mentais, mas suas implicações sociais o tornaram catalisador de distúrbios psicológicos. Objetivo: Analisar a relação entre Covid-19 e transtorno do pânico na sociedade pós-pandemia. Metodologia: Trata-se de uma revisão de artigos científicos, na qual foi desenvolvida a partir da análise de artigos selecionados na base de dados PubMed, avaliados por título, resumo e texto compatíveis com o objetivo, publicados nos últimos cinco anos, com os descritores. “Mental Health”, “acute respiratory distress syndrome”, “anxiety” “covid-19”, “panic disorder” e “Brazil”, combinados com operador booleano AND. Resultados: Parte dos sobreviventes foram clinicamente diagnosticados com alguns transtornos psicológicos como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e distúrbios do pânico em até 50 meses após infectados. Dos mais de 40.000 brasileiros participantes de uma pesquisa, mais da metade relatou sentir sintomas de ansiedade e nervosismo; enquanto quase metade deles apresentou problemas de sono e depressão. A maioria são jovens adultos e mulheres, principalmente que já apresentavam depressão, apresentaram nervosismo frequente no contexto pandêmico. Além disso, percebeu-se que os pacientes com transtorno do pânico são mais propensos a sentir sintomas semelhantes a de uma síndrome de desconforto respiratório quando em crise, o Convid-19 mostrou-se um grande intensificador de ataques de pânico. Conclusão: Foi avaliado que o Covid-19 trouxe implicações diretamente relacionadas à saúde mental, tanto no sentido de amplificar ou como agente desencadeador de transtorno do pânico. Sendo assim visível a necessidade de uma atenção maior para a saúde mental no cenário pandêmico.