DEFICIÊNCIA NO ENSINO REMOTO: UMA ANÁLISE MULTIDISCIPLINAR ACERCA DOS CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTOJUVENIL DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL

Autores

  • Nataly Oliveira Santiago Centro Universitário Tiradentes
  • Hanna Haviva Vasconcelos Barbosa
  • Rute Oliveira Cintra
  • Ana Beatriz de Paulo Milfont

Palavras-chave:

COVID-19, ensino à distância, abuso sexual

Resumo

A instauração do ensino remoto nas escolas brasileiras, devido a pandemia do novo Coronavírus, ampliou a permanência de crianças e adolescentes em casa, juntamente aos pais, o que se tornou um fator agravante para os casos de violência sexual, já que estes ocorrem predominantemente no seio domiciliar. Nessa perspectiva, o presente escrito objetiva-se, por meio de uma análise multidisciplinar, a expor a deficiência acarretada através do ensino on-line no que diz respeito aos eventos de abusos sexuais durante o isolamento social e, metodologicamente, se apresenta como um estudo de revisão bibliográfica, sendo resultado de discussões do projeto de extensão “Proteção Integral”, vinculado ao Centro Universitário Tiradentes, Unit/AL. Assim, percebe-se que o corpo docente das instituições de ensino não possui capacitação e amparo necessários provenientes do Estado para oferecer educação sexual de qualidade e atenção eficiente para as possíveis vítimas.  Por conseguinte, partindo de uma concepção jurídica, é possível visualizar o ensejo de uma problemática que diz respeito ao exercício de garantias fundamentais inerentes à comunidade infantojuvenil, visto que, enquanto sujeitos de direitos, gozam da aplicação da doutrina da prioridade absoluta e princípio da proteção integral. Consequentemente, é imprescindível que os impactos do abuso sexual infantojuvenil causados no psicológico de crianças e adolescentes sejam considerados, uma vez que a saúde mental é um importante fator na qualidade de vida de todos, assim como a pesquisa de Amazarray (1998) demonstra que os efeitos físicos e psicológicos da violência sexual podem ser irreversíveis. De forma complementar, é sabido que a escola ao identificar algum caso concreto é responsável por notificar e acionar outras redes de proteção, porém, diante do contexto atual, essa identificação por parte dos professores passou a ser de alguma forma impossibilitada, o que ocasiona em um aumento do ciclo de violência sexual. Diante disso, conclui-se que é necessário repensar as condições que estão sendo delimitadas ao ensino remoto, bem como as especificações de apoio e atenção as crianças e adolescentes, posto que, perante o distanciamento da coletividade, o dever da família, do estado e da sociedade de oferecer proteção em prol de crianças e adolescentes é indispensável para a minimização dos casos de violência sexual.

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Referências

GONÇALVES, Maria C. da S.; JESUS, B. G. de. (Org.). Educação contemporânea - Volume 19. Belo Horizonte: Poisson, 2021.

LIBERATI, Wilson Donizete. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 7 ed. rev. e ampl., de acordo com o novo Código Civil (Lei 10.406/2002). São Paulo: Malheiros Ed., 2003, p. 47.

AMAZARRAY, Mayte Raya; KOLLER, Silvia Helena. Alguns aspectos observados no desenvolvimento de crianças vítimas de abuso sexual. Porto Alegre: Psicologia: Reflexão e Crítica, 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/prc/a/vqMD49xDgznQhq6DKjGs4xd/?lang=pt. Acesso em: 24 set. 2021.

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Publicado

2021-11-12

Como Citar

Santiago, N. O., Barbosa, H. H. V., Cintra, R. O., & Milfont, A. B. de P. (2021). DEFICIÊNCIA NO ENSINO REMOTO: UMA ANÁLISE MULTIDISCIPLINAR ACERCA DOS CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTOJUVENIL DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (9). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/15105

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências Humanas e Sociais Aplicadas