A MEMÓRIA AFETIVA NA PSICOLOGIA DO DESASTRE

Autores

  • Hellen Princess dos Santos Paiva Centro Universitário Tiradentes
  • Juliana Matos Ferreira Bernardo Centro Universitário Tiradentes
  • Bibiana Toshie Onuki de Mendonça Centro Universitário Tiradentes
  • Anacássia Fonseca de Lima Centro Universitário Tiradentes https://orcid.org/0000-0002-9206-2983
  • Diego Freitas Rodrigues Centro Universitário Tiradentes https://orcid.org/0000-0001-5698-596X

Palavras-chave:

Psicologia Ambiental-comunitária, Saúde mental, Memória social e coletiva.

Resumo

Introdução: A memória é um processo psicológico básico intimamente ligado às recordações presentes nos locais em que habitamos e nas experiências pessoais vivenciadas nesses ambientes. Compreende-se sua atuação como ponte entre passado e presente, contribuindo no processo de construção da história e identidade individual na busca de conhecer a si próprio e sua perspectiva de futuro.

Objetivo(s): Descrever a Psicologia Ambiental-comunitária e a sua relevância quanto aos impactos na saúde mental dos indivíduos afetados por desastres ambientais, destacando-se a memória afetiva.

Material e Métodos ou Metodologia: Foi empregado o método qualitativo de natureza bibliográfica, através de uma leitura sistemática acerca do cenário do objeto de estudo. Foram selecionados para estudo artigos nas bases de dados Pubmed e BVS, preconizando os descritores “DESASTRE SÓCIO-NATURAL”, “MEMÓRIA SOCIAL E COLETIVA” e “PSICOLOGIA AMBIENTAL-COMUNITÁRIA”, nos idiomas português, inglês e espanhol, no período de 2010 a 2021.

Resultados: Os estudiosos da Psicologia Ambiental-comunitária buscam, diante de situações de desastres socioambientais, analisar tanto os aspectos subjetivos como memória e despertar afetivo, quanto as reações comunitárias das localidades afetadas. Tal inseparabilidade entre ambiente e sociedade permite maior visibilidade acerca dos efeitos psicológicos naqueles que habitam esses territórios acometidos e que, por questões de segurança, são expulsos não só de sua habitação, mas também de boa parte da sua construção histórica. Tomando como exemplo o Chile, país sujeito a diversidade de desastres sócio-naturais que ocorrem de maneira contínua, produzindo profundas transformações urbanas. Referente aos meios de intervenções governamentais tomados, nota-se ações direcionadas apenas em aspectos materiais, com níveis de apego socioespacial, sentido de comunidade e participação cívica nos novos destinos baixos. Exemplificado pelo cenário de erupção do vulcão Chaitén, no qual as famílias tiveram que encontrar uma solução  no mercado imobiliário regular com o subsídio de subsistência individual fornecido pelas entidades competentes durante 18 meses. Em paralelo tem-se a situação atual do bairro do Pinheiro em Maceió, onde o processo de realojamento dos aproximadamente 57 mil moradores afetados e a ausência de uma abordagem psicoambiental comunitária, partindo do reconhecimento dos significados e das práticas individuais e coletivas, é desfavorável à saúde mental dos sujeitos acometidos. Tais situações traumáticas tendem a despertar respostas psicológicas que afetam o comportamento e capacidade funcional individual, podendo evoluir para Transtornos de Estresse Pós-Traumático, depressão ou outros transtornos mentais.

Conclusão(ões): A expulsão/realocação consequente aos desastres socioambientais influência sobre memória coletiva, relações sociais e ações de autonomia dos afetados, além de retirar deles a noção de pertencimento social, imprescindível em todas as fases do desenvolvimento humano. Assim, esses cenários impactam não somente em níveis psicológicos, como também nos direitos transindividuais.

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Biografia do Autor

Anacássia Fonseca de Lima, Centro Universitário Tiradentes

Orientadora

Diego Freitas Rodrigues, Centro Universitário Tiradentes

Orientador

Referências

DELGADO, Lucila de Almeida Neves. Memória, tempo, identidades. Edição Kindle editora autêntica, 2010.

BONANNO, G. A., Galea, S., Bucciarelli, A. & Vlahov, D. (2006). Psychological resilience after disaster: New York city in the aftermath of the September 11th terrorist attack. Psychological Science, 17, 181-186. https://doi.org/10.1111/j.1467-9280.2006.01682.x

ALTMAN, I. & Rogoff, B. (1987). World views in psychology: Trait, interactional, organismic and transactional perspectives. En D. Stokols & I. Altman (Eds.), Handbook of environmental psychology (Vol. 1, pp. 7-40). New York, NY: John Wiley & Sons.

Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (2012). Análisis de riesgos de desastres en Chile: VII Plan de acción Dipecho en Sudamérica 2011-2012. Santiago, Chile: Autor.

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Publicado

2021-11-12

Como Citar

dos Santos Paiva, H. P., Ferreira Bernardo, J. M., Onuki de Mendonça, B. T., de Lima, A. F., & Rodrigues, D. F. (2021). A MEMÓRIA AFETIVA NA PSICOLOGIA DO DESASTRE. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (9). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/15039

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PIBIC/FAPEAL - Ciências da Saúde e Biológicas