SURFACTANTE EXÓGENO EM NEONATOS COM SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO

Autores

  • Danyel Lages Alves centro universitário tiradentes - UNIT/AL
  • Rayysa Lopes da Rocha Lins Centro Universitário Tiradentes - UNIT/AL

Palavras-chave:

surfactante, síndrome de aspiração de mecônio, recém-nascidos.

Resumo

Introdução: A síndrome de aspiração de mecônio (SAM) é uma patologia pulmonar multifatorial neonatal, podendo resultar em consideráveis morbidades respiratórias, a exemplo da obstrução mecânica das vias aéreas, hipertensão arterial pulmonar e o surgimento de cadeias inflamatórias (LINDENSKOV; et al., 2015). Outra intercorrência é a inativação do surfactante, substância que normalmente tem importante papel na mecânica pulmonar, contribuindo para uma redução da tensão superficial alveolar (FREDDI; FILHO; FIORI, 2003). Objetivo: Avaliar o surfactante exógeno em neonatos com síndrome de aspiração de mecônio. Metodologia: Foram selecionados artigos com data de publicação desde 2002 até 2021, provenientes das bases de dados PubMed, Scielo e BVS. Para isso, foram utilizados os descritores “meconium aspiration syndrome”, “surfactant” e "treatment'' para todas as bases supracitadas. Resultados: Foram observadas duas maneiras de realizar a administração endotraqueal, as quais o surfactante foi utilizado como dose em bolus ou na forma diluída para lavar os pulmões em neonatos (NATARAJAN; et al., 2016). Em um estudo de coorte, observou-se a melhora nos níveis de oxigenação após a intervenção, uma vez que a adição do tensoativo exógeno reduz a atelectasia devido à ampliação da capacidade residual funcional, resultando em uma maior área de difusão para hematose (CHALLIS; et al., 2021, MOKRA; CALKOVSKA, 2013). Constatou-se que essa terapia diminui a gravidade da doença e a necessidade de tratamento com oxigenação por membrana extracorpórea — ECMO (CHETTRI; BHAT; ADHISIVAM, 2016). Outros resultados satisfatórios da utilização do surfactante estão relacionados à redução da duração da ventilação mecânica, diminuição do tempo de internação hospitalar, atenuação dos sinais inflamatórios e minoração dos índices de mortalidade (CHETTRI; BHAT; ADHISIVAM, 2016; NATARAJAN; et al., 2016, SHAHED; et al., 2014). Entretanto, o manejo de volumosos fluidos através do tubo endotraqueal em neonatos com comprometimento elevado é frequentemente interrompido devido a hipotensão ou episódios de hipoxemia (CHETTRI; BHAT; ADHISIVAM, 2016). Outrossim, a administração do surfactante diminui a resistência vascular do pulmão, aumentando o débito cardíaco e o fluxo no canal arterial, podendo resultar em hemorragia pulmonar (REBELLO; et al., 2002). Conclusão: A terapêutica com surfactante exógeno é efetiva e simplificou, de maneira profunda, o tratamento de recém-nascidos com síndrome de aspiração meconial. Todavia, existem possíveis riscos como hipotensão, episódios de hipoxemia, bem como hemorragia pulmonar. Assim, o uso do surfactante exógeno como uma opção terapêutica vem se tornando uma prática cada vez mais difundida para o tratamento da SAM, tendo em vista as respostas clínicas positivas (HUI; et al., 2020).

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Referências

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Publicado

2021-11-12

Como Citar

Alves, D. L., & Lins, R. L. da R. (2021). SURFACTANTE EXÓGENO EM NEONATOS COM SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (9). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/15010

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas