CRANIOTOMIA EM PACIENTES POSITIVADOS PARA COVID-19: OS RISCOS DE INFECÇÃO INTRA-OPERATÓRIA E ESTRATÉGIAS PARA SUA REDUÇÃO
Palavras-chave:
Covid, craniotomia, neurocirurgia.Resumo
Introdução: Diante da alta infectividade multissistêmica do vírus SARS-CoV 2, analisa-se as novas tecnologias disponíveis para manejo dos pacientes infectados de modo seguro. Esta revisão bibliográfica, portanto, relata o impacto direto em procedimentos neurocirúrgicos, como a craniotomia, devido à preocupação da equipe médica pela alta infectividade do vírus, tornando necessário uma avaliação das medidas tomadas para realização de forma segura de tal procedimento. O objetivo deste trabalho é avaliar os riscos de infecção por COVID-19 durante a realização da craniotomia em pacientes com diagnóstico positivo, bem como apresentar as estratégias existentes para realização de tal procedimento. Os materiais e métodos consistem em uma revisão sistemática de bibliografia qualitativa, através de busca na PubMed com uso do descritor “covid AND craniotomy”, diante da leitura de 15 artigos dos 25 encontrados. A seleção dos quatro artigos utilizados para esta análise baseou-se na relação direta da COVID-19 com a craniotomia, com uso do marcador temporal de um ano. Os resultados demonstram que há uma preocupação constante com a infecção da equipe neurocirúrgica, principalmente devido a pesquisas recentes que afirmam um ataque hematogênico direto do patógeno, usando a corrente sanguínea como veículo, até a barreira hematoencefálica, podendo o vírus também atacar as fibras nervosas periféricas do trato respiratório superior, posteriormente entrando nos axônios de tais nervos eventualmente afetando o sistema nervoso central. Antes do procedimento neurocirúrgico, uma excelente estratégia utilizada é a criação de protocolos de atendimento que respeitem o distanciamento dos profissionais, fazendo-se uso muitas vezes, da telemedicina, priorizando casos emergenciais. Já se tratando da craniotomia, apesar de contradições a respeito da presença do vírus SARS-CoV-2 nos aerossóis e poeira óssea geradas durante as craniotomias de pacientes positivos, é necessário a utilização de estratégias para evitar uma possível infecção destes meios. Dentre estas, a criação de um ambiente cirúrgico com pressão negativa, se mostrou bem-sucedida com baixos índices de infecção da equipe médica pelo aerossol, além de
baixos custos para confecção do aparelho de baixa pressão. Outra estratégia apresentada é a própria craniotomia com paciente acordado, pois esta é alcançável com uso apropriado de equipamentos de proteção individuais necessários, apresentando um risco menor do que colocando o paciente em intubação endotraqueal sob anestesia geral. Concluiu-se que a craniotomia em paciente COVID-19 positivo representa um risco significativo para a equipe cirúrgica e também ao paciente, porém, a intubação para a anestesia geral também apresenta risco semelhante devido à alta concentração de vírus no trato respiratório. Sendo assim, algumas alternativas como cirurgia com o paciente acordado ou feita sob pressão negativa podem diminuir o risco de infecção por COVID-19 inerentes ao procedimento e piora do quadro do paciente. É necessário, portanto, mais estudos e pesquisas a respeito para que seja determinada qual forma seria mais eficiente para que a cirurgia ocorra de forma segura.
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Referências
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