CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL DE TRABALHADORES DA LIMPEZA URBANA DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS, ALAGOAS

Resumo

O trabalhador é visto na sociedade moderna como forma e ferramenta de trabalho capaz de gerar lucros e serviços. Mas, para que isso ocorra, seu estado de saúde é fator extremamente importante. No município de São Miguel dos Campos, Alagoas, a atividade de limpeza urbana do município é composta por vários sistemas operacionais de competência local, além de representar um papel imprescindível para a sociedade civil, bem como para as questões de saneamento básico da cidade. Durante o processo de trabalho da limpeza urbana, os trabalhadores andam, correm, sobem e descem ruas, levantam diferentes pesos e suportam sol, chuva, frio e variações bruscas de temperatura realizando suas atividades de trabalho de forma árdua, sujeitos às intempéries climáticas. Além disso, os serviços prestados por esses profissionais são realizados com tecnologia precária, praticamente manual. No que tange à saúde bucal, sabe-se que esta apresenta reflexos sistêmicos e, portanto, não pode ser dissociada da saúde geral dos indivíduos. Deste modo, a atenção à Saúde Bucal dos trabalhadores visa promover, preservar e recuperar sua saúde bucal, consequente dos agravos, afecções ou doenças advindas do exercício profissional e que tem manifestações bucais devendo ter sua ação voltada à prevenção de todos os agravos laborais. O objetivo desta pesquisa foi analisar as condições de saúde bucal de trabalhadores que fornecem a mão de obra na limpeza urbana do município de São Miguel dos Campos, Alagoas. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo por meio de um estudo do tipo quantitativo, com abordagem descritiva. O levantamento de dados epidemiológicos sólidos sobre as condições de saúde bucal dos trabalhadores foi através da avaliação do índice CPO-D (dentes permanentes Cariados, Perdidos e Obturados) e do questionário composto por perguntas claras e objetivas relacionadas às variáveis socioeconômicas e condições de saúde bucal. De acordo com as informações obtidas, observou-se que a renda familiar média foi de R$1.320,00. Quanto à escolaridade, apenas 10% (N=2) concluíram o ensino médio e 45% (N=9) o primeiro grau. O CPO-D foi de 12,84, sendo que 42 dentes foram diagnosticados como cariados, 181 perdidos e 98 obturados. Os valores do índice CPO-D de uma determinada comunidade, pode ser classificado em muito baixo (menos de 1,2), baixo (de 1,2 a 2,6), moderado (de 2,7 a 4,4), alto (de 4,5 a 6,5), muito alto (≥ 6,6). O índice CPO-D desta pesquisa foram classificados como muito alto. Os trabalhadores participantes desta pesquisa, apresentam de fato, uma condição de saúde bucal não assistida superior, em comparação a população em geral, desta forma conclui-se que o alto índice CPO-D caracteriza uma situação de saúde oral insatisfatória, influenciada pelos aspectos socioeconômicos dos participantes, dieta, não instrução de higiene oral, tempo de trabalho e oferta de serviços ofertados pelo SUS. Espera-se que o presente estudo seja essencial para a compreensão do atual cenário de saúde, além de contribuir para o desenvolvimento de estratégias preventivas e para a estruturação de níveis adequados de atenção à saúde bucal dos trabalhadores.