FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DO PÂNICO

Autores

  • Lorena B Brandão
  • Jéssica Nascimento Borba
  • Gabrielle Nunes Oliveira Santos
  • Yasmin Andrade Fontes
  • Sabrina Gomes de Oliveira

Palavras-chave:

Transtorno do pânico, fisiopatologia

Resumo

Introdução: O transtorno de pânico (TP) é uma doença psiquiátrica caracterizada pela ocorrência de frequentes ataques de pânico, cuja manifestação se dá através de episódios repentinos de intenso medo ou desconforto. Esse quadro pode ser acompanhado por sintomas como palpitações, frequência cardíaca acelerada, tremores, parestesias, dor no peito, náusea ou desconforto abdominal, tontura, suor, bem como casos de desrealização, despersonalização, medo de “enlouquecer” ou o medo de morrer. Objetivos: Descrever o mecanismo fisiopatológico da síndrome do pânico. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa de caráter descritiva por meio da análise da bibliografia disponível em artigos científicos na plataforma PubMed, com os descritores “transtorno do pânico” e “fiopatologia”, utilizando o filtro de tempo de 5 anos. Foram encontrados 49 artigos em inglês, destes 5 foram selecionados através do conteúdo condizente com os objetivos. Resultados e Discussão: Esse tipo de transtorno ocorre em 3,4-4,7% da população em geral, o qual possui três características: ataques de pânico agudos, ansiedade antecipatória e a evitação fóbica, localizados em três regiões específicas do SNC: o tronco cerebral, o sistema límbico e o córtex pré-frontal. A sua fisiopatologia foi originada da hipótese de Gorman sobre o "modelo da rede do medo (FNM)". Essa rede compreende as áreas frontais e límbicas, como ínsula, tálamo, substância cinzenta periaquedutal, locus cerulus, núcleo parabraquial e do trato solitário, giro frontal medial, cingulado anterior, amígdala, hipocampo, tronco cerebral e hipotálamo. Referente à composição do FNM, seu centro é formado pela amígdala, região responsável pelo controle da resposta ao medo e da memória a este. Outra correlação à amígdala diz respeito às suas projeções, conectadas ao tronco cerebral e ao hipotálamo, as quais se relacionam aos sintomas de pânico referentes à disfunção do sistema nervoso autônomo. Sobre as áreas frontais, elas modulam as reações de medo exagerado das regiões límbicas de maneira eficiente. Com isso, caso haja o controle inadequado da resposta ao medo, há uma reação característica dos ataques de pânico. E, quanto ao hipocampo, sua hiperexcitabilidade aumenta as memórias de medo e o neurotransmissor inibitório pode ajudar na supressão e extinção da resposta ao medo relacionada a sua memória. O distúrbio do FNM geralmente está associado a estressores da primeira infância e carga genética. Assim, medicamentos relacionados à serotonina, como os antidepressivos, podem auxiliar no alívio dos sintomas de pânico através da redução da resposta de medo exagerada entre a amígdala e o tronco cerebral ou hipotálamo. Outrossim, as intervenções psicossociais podem elevar a capacidade inibitória em direção à amígdala e ao hipocampo. Conclusão: Em suma, o Transtorno de Pânico (TP) se relaciona ao “modelo da rede do medo”. Essa rede compreende áreas cerebrais específicas que, ao sofrerem disfunções, possibilitam o desenvolvimento de fatores como ataques de pânico agudos e ansiedade antecipatória.

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Referências

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Brandão, L. B., Borba, J. N., Santos, G. N. O., Fontes, Y. A., & de Oliveira, S. G. (2020). FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DO PÂNICO. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13918

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas