ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE Camellia sinensis FRENTE A Escherichia coli UROPATOGÊNICA

Resumo

Introdução: O agente causal mais comum para as Infecções do Trato Urinário (ITUs) é Escherichia coli uropatogênica (UPEC), uma bactéria Gram-negativa (BGN) que infecta o trato urinário. Camellia sinensis, conhecida popularmente como chá verde, é uma bebida popular e seus benefícios vêm sendo estudados durante muitos anos. As ITUs são patologias extremamente frequentes (150 milhões de casos por ano em todo o mundo), que afetam todas as faixas etárias, podendo se manifestar clinicamente de formas variadas, dependendo do local comprometido do aparelho urinário e da intensidade da infecção. Além disso, podem variar de quadros totalmente assintomáticos (bacteriúria assintomática) até septicemias graves. Objetivo: Este resumo provém de uma revisão narrativa de literatura, que visa discutir a atividade antibacteriana do chá verde frente a cepas de Escherichia coli uropatogênicas. Metodologia: A pesquisa bibliográfica para este estudo ocorreu através das plataformas Pubmed, Bireme e Lilacs. Foram pesquisados artigos da literatura médica, em português e inglês, através dos descritores “Camellia sinensis”, “green tea”, “Escherichia coli” e “anti-bacterial agents”, juntamente com os operadores booleanos “AND” e “OR”. A partir dos resultados da pesquisa, foram selecionados 20 artigos que se enquadraram no tema abordado, utilizando-se, como critério de inclusão, estudos publicados entre 2010 e 2020, e como critério de exclusão, trabalhos que abordassem, exclusivamente, outros tipos de chás ou que relacionassem o chá verde a infecções causadas por outras bactérias senão Escherichia coli. Resultados: Estudos sobre a atividade antibacteriana do chá verde demonstram sua capacidade na inibição do crescimento de Escherichia coli devido aos seus componentes polifenólicos, também conhecidos como catequinas. As propriedades particulares das catequinas encontradas no chá verde têm mostrado promissores efeitos antibacterianos. As catequinas mais importantes presentes neste são epicatequina (EC), epigalocatequina-3-galato (EGCg), epigalocatequina (EGC) e epicatequina-3-galato (ECG). EGC e EGCg demonstraram ter os maiores efeitos antimicrobianos, mas apenas o EGC é excretado na urina. Drogas derivadas de fontes naturais desempenham um papel significativo na prevenção e tratamento de doenças humanas. Compostos antimicrobianos de plantas medicinais como fonte potencial de novos antibióticos oferecem vantagem de ter menos efeitos colaterais, levando a uma melhor tolerância do paciente, reduzindo custos, tendo melhor aceitação devido à longa história de uso e sendo renováveis por natureza. Como a resistência adquirida aos antibióticos convencionais é frequente, é razoável usar a terapia combinada para obter sinergismo bactericida. Conclusão: O uso de Camellia sinensis no combate a ITUs ocasionadas por Escherichia coli mostra-se promissor por meio das informações de estudos disponíveis na literatura médica, sendo assim, é importante a continuidade de pesquisas avaliando a sua aplicação. Portanto, faz-se necessário, para corroborar com as evidências já disponíveis em estudos publicados, mais estudos de cunho prático, tanto in vitro, em cepas de bactérias, como in vivo, por meio de ensaios clínicos. Para que Camellia sinensis possa ser usada corriqueiramente na prática médica, de forma primária ou adjuvante, é fundamental o surgimento de mais estudos, que apresentem um nível de evidência superior, fornecendo uma evidência científica sólida para justificar o seu uso.