ARTRITE GOTOSA CRÔNICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS: O RELATO DE UM CASO FATAL.

Autores

  • Pablo Anselmo Suisso Chagas
  • Carlos Ximenes Eduardo Cunha UNIT AL
  • Ana Paula de Souza Pinto UNIT-AL

Palavras-chave:

Patologia, Óbito, Artrite Gotosa

Resumo

Introdução: JRS, homem, 45 anos, alcoólatra, hepatopata, portador de artrite gotosa descompensada, morador de uma cidade de Pernambuco, foi a óbito e chegou ao Serviço de verificação de Óbitos advindo de seu domicílio para o receber a Declaração de Óbito (DO). À inspeção externa, o paciente apresentava lesões em forma de nódulos moles, nas articulações do cotovelo e pés, fistulados, secretando – mesmo após a morte – um líquido pastoso branco: o qual a literatura descreve como “pasta de giz”. Diante do histórico patológico do paciente, a médica patologista chegou à conclusão de que a causa da morte foi Injúria Renal Aguda. A gota não é uma doença dos tempos atuais, descrita por Hipócrates, o pai da medicina, séculos antes de Cristo e retratada pela obra de James Gillray em 1799; a gota era conhecida como “a enfermidade dos patrícios” ou a “doença dos reis”. Esta moléstia foi responsável por uma grande epidemia que acometeu a Roma antiga e a Inglaterra vitoriana do século 17 ao 19. Ilustres figuras históricas como os monarcas Alexandre “o Grande”, Henrique VIII e Carlos Magno; artistas como Voltaire e Leonardo da Vinci e, até mesmo, os cientistas Charles Darwin e Isaac Newton, sofreram as consequências dessa patologia que era relacionada àqueles que cediam ao pecado capital da gula diante de uma mesa farta. Disto isto, a síndrome é constituída por hiperuricemia, crises recorrentes de artrite aguda provocada pela cristalização de ácido úrico em forma de uratos nas articulações e artrite crônica caracterizada por massas de uratos nas articulações e nos tecidos periarticulares – o que justifica sua relação com alimentação e hábitos de vida. A gota pode ser primária ou secundária. Na primária, 90% dos casos o defeito metabólico responsável pela hiperuricemia é desconhecido. A gota secundária é decorrente de uma doença conhecida, genética ou não, que resulta em hiperuricemia. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo principal mostrar a relevância da doença que pode ser fatal se não tratada e controlada por meio de ações medicamentosas e mudanças de hábitos de vida. Metodologia: Trata-se de um relato de caso embasado por uma revisão de literatura. Conclusão: A enfermidade em questão tem graus diferentes de acometimento. Desde que controlada com medicações e mudanças de hábitos de vida, a Gota pode apresentar apenas dores articulares, eventualmente, durante dias frios graças à deposição de cristais aciculares nas articulações, favorecendo o enrijecimento e as dores articulares. Entretanto, desde que não tratada devidamente, esta moléstia pode levar a diversas complicações renais, como: nefropatia úrica aguda, com deposição de cristais intratubulares, resultando em doença renalnefrolitíase e nefropatia úrica crônica, com formação de microtofos e depósitos de uratos no interstício. Percebe-se, por tanto, que há a necessidade de ações que promovam a visibilidade desta doença para alertar a população, tanto nas esferas de saúde municipais, estaduais e federais. Além disto, a Estratégia de Saúde da Família deve ser mais efetiva ao tratar desses pacientes para que o caso não evolua de forma drástica.

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Referências

BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo patologia geral. In: Bogliolo patologia geral. 1998. p. 312-312.

SANTOS, Sibelli Fabrícia Oliveira et al. UM ENLACE DA NEFROLITÍASE COM A ARTRITE GOTOSA. Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança, v. 15, n. 1, p. 59-65, 2017

BATISTA, Juliana Secchi; WIBELINGER, Lia Mara. Artrite gotosa no processo de envelhecimento humano. Revista Kairós: Gerontologia, v. 14, n. 4, p. 123-134, 2011.

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Suisso Chagas, P. A., Cunha, C. X. E., & de Souza Pinto, A. P. (2020). ARTRITE GOTOSA CRÔNICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS: O RELATO DE UM CASO FATAL. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13911

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas