ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL COMO AVALIADOR DE COMORBIDADES CARDIOVASCULARES DO DIABETES MELLITUS EM PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL VEREDAS, EM MACEIÓ-AL.
Palavras-chave:
Diabetes Mellitus, Doenças cardiovasculares, Índice Tornozelo-BraquialResumo
RESUMO: Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) apresenta-se com um dos mais importantes problemas de saúde pública do mundo, com incidência crescente pelo envelhecimento populacional, estima-se que 171 milhões de pessoas tenham a doença e que este número alcançará 366 milhões em 2030.Sabe-se que esta patologia provoca lesões nas paredes dos vasos e distúrbios de seu funcionamento, levando a um quadro de doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) acentuada e microangiopatia. O índice tornozelo-braquial (ITB) é um instrumento para avaliação do grau de acometimento vascular periférico, é um método simples, não invasivo, de baixo custo e de grande confiabilidade. Em pacientes diabéticos, o ITB pode ser um mecanismo de avaliação precoce de avaliação da existência de DAOP, tal qual de seu risco cardiovascular acarretado. Objetivo: avaliar o valor preditivo do índice do tornozelo-braquial para doenças cardiovasculares em diabéticos atendidos no Ambulatório do Hospital Veredas em Maceió-AL. Métodos: Inicialmente, tratou-se de um estudo do tipo observacional do tipo coorte prospectivo na cidade de Maceió, Alagoas. Todavia, a no contexto da pandemia, o coorte temporal foi perdido, e modificou-se a avaliação para um estudo observacional transversal. Resultados: Foi possível coletar um grupo amostral de 19 pacientes. Destes, 6 possuiam sexo masculino (31,57%) e 13 feminino (68,42%). A faixa etária variou entre 84 a 36 anos, média de 49 anos (+/- 10,5) e mediana de 54 anos. 100% dos pacientes estudados são portadores de Diabetes Mellitus do tipo 2. Sobre o tempo relativo ao diagnóstico até a data da coleta, 9 (47,36%) possuem entre 1 a 4 anos, 3 (15,78%) possuem diagnóstico prévio entre 5 a 10 anos e 7 (36,84%) destes possuem mais de 10 anos de diagnóstico. Sobre a raça, 6 (31,57%) possuem raça branca, 6 (31,57%) negra e 7 (36,84%) parda. Sobre o Índice tornozelo-Braquial, 13 (68,42%) dos estudados possuíam valores dentro da faixa considerada normal (0,9- 1,39) e porém 6 (31,57%) possuíam valores anormais (≤0,9). Não foram identificados pacientes com ITB >1,40 (ITB Aberrante). A prevalência de alteração no ITB por sexo foi maior no sexo feminino que no masculino (38,46% vs. 33,33%). Quanto ao tempo de diagnóstico do diabetes e alterações no ITB, 2 (22,22%) dos que possuíam alteração no ITB, possuíam também 1 a 4 anos de diagnóstico; 1 (33,33%) com alteração e 5 a 10 anos de diagnóstico prévio; e 3 (42,85%) com a alteração e mais de 10 anos de diagnóstico. As coletas de dados foram prejudicadas por conta da pandemia, perdendo o coorte temporal vislumbrado inicialmente. Conclusão: Mediante ao contexto já relatado o estudo foi interrompido. Ademais, ressalta-se a importância da mensuração do ITB no âmbito da consulta médica, haja vista ser um exame simples, acessível, e possível de ser realizado durante o atendimento em pacientes diabéticos.
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