PREVALÊNCIA DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR E DE SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ESTUDANTES DE MEDICINA

Autores

  • Beatriz Tavares Melo UNIT
  • Julia Silva Ferreira UNIT
  • Ana Marlusia Alves Bomfim
  • Marcos Leonardo Farias Correia
  • Ana Raquel Carvalho de Mourão

Palavras-chave:

Depressão, Saúde mental, estudantes de medicina

Resumo

Introdução: A depressão é uma condição relativamente comum, de curso crônico e recorrente. Está frequentemente associada com incapacitação funcional e comprometimento da saúde física. O índice de estudantes do curso de Medicina com sintomas ou diagnóstico de Transtorno do Humor Depressivo é cada vez mais preocupante. Essa alta prevalência se deve ao curso expor os alunos a vivências de estresse, como a carga horária abundante, grande quantidade de informações e o contato com a morte, fatores que os tornam vulneráveis a distúrbios emocionais e transtornos mentais. Objetivo: Estudar a prevalência do Transtorno depressivo maior e sintomas depressivos nos estudantes de medicina de Instituição de ensino superior de Alagoas e identificar esses sintomas mais prevalentes, assim como possíveis relações. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional do tipo transversal realizado com os discentes da graduação de medicina de uma instituição de ensino superior no munícipio de Maceió – AL, entre os meses de agosto de 2019 e julho de 2020. A amostra foi composta por 259 estudantes do primeiro ao décimo segundo período do curso. Os dados foram coletados através de questionário anônimo na plataforma do Google Forms, cujo link foi divulgado e distribuído por meio de e-mails oficiais das turmas e grupos de whatsapp. O instrumento utilizado foi composto pelo TCLE, na primeira página, seguido de questionário sociodemográfico e do Inventário de Beck (IDB). Para análise dos dados, foram utilizadas planilhas do Excel e testes estatísticos, como o ANOVA, teste qui-quadrado, e teste de Turkey. Além disso, foi realizada intervenção social, por meio de ação em saúde virtual, para uma conversa e orientação quanto ao tema de saúde mental dos estudantes. Resultados: Dentre os 259 estudantes, houve maior adesão do sexo feminino com 78,80%, a média de idade dos respondentes ficou entre 17 a 41 anos. A grande maioria declarou ser procedente de Alagoas (62,20%). Dos 259, 90,30% da amostra eram solteiros e, quanto à religião, notou-se uma maioria católica, com 57,50%. Muitos declararam morar com pais e a maior parte (92,30%) não realizava nenhuma atividade remunerada durante a graduação. Quanto a atividades de lazer, 49% afirmaram sempre realizar algum tipo de atividade, além disso, grande parte declarou um grau de satisfação excelente com o curso. Diante da realização ou não de tratamento psicológico e psiquiátrico, a maioria respondeu nunca ter realizado nenhum tipo de acompanhamento, com percentual de 44% e 67,6% respectivamente. Entretanto, apesar desse quantitativo, 70,7% responderam fazer uso de algum tipo de medicamento psiquiátrico. Logo após essa análise sociodemográfica, houve distribuição dos respondentes de acordo com os escores e a classificação do IDB. Conclusão: No período analisado, o estudo alcançou seu objetivo inicial. Nesse contexto, as informações coletadas poderão ser utilizadas de modo a possibilitar melhorias no acompanhamento e formação dos acadêmicos, visto que a identificação do problema e, até, do perfil e de variáveis relevantes a esse cenário poderão definir novas maneiras de abordagem da condição dos estudantes perante a sociedade e graduação, assim como auxiliar no enfrentamento dessa conjuntura.

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Referências

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Melo, B. T., Ferreira, J. S., Bomfim, A. M. A., Farias Correia, M. L., & Carvalho de Mourão, A. R. (2020). PREVALÊNCIA DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR E DE SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ESTUDANTES DE MEDICINA. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13881

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PROVIC/UNIT - Ciências da Saúde e Biológicas