Catarata secundária ao uso prolongado de glicocorticóides.
Palavras-chave:
Catarata, glicocorticóides, efeitos adversos.Resumo
Introdução: Glicocorticóides são anti-inflamatórios usados para o tratamento de diversas doenças, como a artrite reumatoide. Esses medicamentos são conhecidos pelo seu alto risco de efeitos adversos, como: gastrite, osteopenia, ganho de peso. Além desses, existem evidências científicas que comprovam o risco do desenvolvimento de catarata e glaucoma após o uso prolongado de glicocorticóides tópicos ou sistêmicos. Objetivos: Identificar a relação entre o uso prolongado de glicocorticóides e o surgimento de catarata. Indicar os principais tipos de catarata secundária ao uso prolongado de glicocorticoides. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, na qual os dados foram coletados da plataforma PubMed com o uso dos descritores “cataracts” AND “glucocorticoids” em uma pesquisa e “cataracts” AND “secondary” AND “glucocorticoids” em outra, foram selecionados artigos com texto completo e publicados nos últimos 5 anos. Resultados: Para a realização desta revisão sistemática foram analisados apenas dois trabalhos, devido à dificuldade de encontrar artigos recentes relacionados ao tema. A partir da pesquisa, foi possível perceber que o uso de glicocorticóides, seja por via tópica ou oral, pode provocar o aumento da pressão intraocular (PIO). Esse efeito geralmente inicia após 4-6 semanas do início do uso do medicamento e diminui pouco tempo após a interrupção de seu uso. Crianças têm maior risco de desenvolver esse tipo de efeito adverso, pois possuem membranas mais finas nos olhos. Esse aumento da PIO é a principal causa da catarata secundária ao uso de glicocorticóides. Já em relação aos tipos de catarata mais frequentemente relacionados ao uso de corticoides, existe uma divergência em relação à literatura, já que um estudo australiano demonstrou maior incidência de catarata posterior subcapsular e catarata nuclear, secundárias ao uso desse grupo de fármacos, enquanto outro estudo americano observou maior número de casos de catarata cortical. Essa divergência nos resultados do banco de dados dos dois estudos mostra como os fatores de risco independentes de cada população são importantes para o desenvolvimento de catarata secundária. Entretanto, alguns questionamentos relacionados a esse tema, como o impacto da dose e da duração do tratamento com glicocorticoides em relação ao desenvolvimento de catarata e glaucoma, permanecem sem resposta. Conclusão: Literaturas atuais abordam uma associação entre o uso de glicocorticóides e o surgimento de catarata, esta sendo um dos prováveis efeitos adversos e constituindo uma das complicações oftalmológicas que pode chegar à cegueira. Dessa forma, é importante haver mais estudos sobre a temática no intuito de se conhecer com maior propriedade essa relação de causa e efeito, assim como elucidar melhor a dose e o tempo de terapia necessários para o aparecimento da doença a fim de se obter alternativas de enfrentamento, seja para minimizar ou até mesmo evitar a ocorrência.
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