TRANSEXUALIDADE EM CÁRCERE

Autores

  • Ana Giulia Lins Felix de Moura Centro Universitário Tiradentes - AL
  • Dandara Dantas Rafael Centro Universitário Tiradentes - AL
  • Layla Yandra Silva Galdino Centro Universitário Tiradentes - AL
  • Lays de Melo Barros Centro Universitário Tiradentes - AL
  • Mayara Gouveia de Lima Centro Universitário Tiradentes - AL
  • Themis Souza Magalhães

Palavras-chave:

opressão, isolamento social, prisões, consequências e preconceito.

Resumo

RESUMO: Este trabalho apresentou uma análise acerca da situação carcerária brasileira, dando enfoque à população transsexual alagoana e atuação da psicologia nos presídios. Verificou-se que, diante das incertezas que contemplam o isolamento social e a opressão sofrida dentro dos presídios, ser um detento trans, na realidade do país, significa sofrer não somente as consequências do crime, mas as consequências do preconceito. Introdução: As prisões brasileiras são superlotadas e sem previsão de mudanças significativas. Diante disso, é notável a dificuldade de se estar limitado pelas grades do cárcere enquanto homem ou mulher cis. Entretanto, essa dificuldade se torna ainda maior dentro de um sistema omisso que reflete as raízes preconceituosas de um país que, em sua maioria, despreza aqueles que se entendem como transexuais. Objetivo(s): Analisar a situação do cárcere de homens e mulheres trans no estado de Alagoas, visando o debate por mudanças através da exposição da situação em que essa comunidade vive e de como se dá a atuação do psicólogo nesse ambiente. Metodologia: Foi feita uma pesquisa bibliográfica narrativa, através das plataformas online do Google Acadêmico e Scielo, nas quais foram coletados artigos, de forma aleatória, que se encaixavam nas palavras chave: transsexuais, cárcere brasileiro e atuação do psicólogo. Após a coleta, foram lidos e analisados pelo grupo com a finalidade de separar aqueles que mais contribuíam para a temática escolhida.   Resultados: Foi observado que a teoria de funcionamento das prisões brasileiras, específicas para a população trans e atuação do profissional psicólogo, ainda é generalista demais e não garante a proteção e respeito de suas demandas na prática. Visto que o aprisionamento é tido mais como justiçamento do que uma forma de ressocialização, e os que se encontram lá dentro são vistos como não merecedores de compaixão, tanto por grande parte da população como até mesmo dentro do ambiente carcerário. Conclusão: A luta pela conquista de direitos dos transexuais se mostra lentamente gradativa, mas significativa, como pode ser observado na conquista de alterações de ordem judicial e burocráticas. Entretanto, ser transgênero no Brasil ainda é extremamente difícil, principalmente quando o ambiente se torna mais limitado, assim como são os presídios. Diariamente, pessoas trans são maltratadas e ignoradas dentro do cárcere, sofrendo incontáveis formas de violência física e psicológica por funcionários e companheiros de cela. No tocante às práticas do psicólogo no sistema prisional brasileiro, focalizando na comunidade trans, as demandas de aprisionamento se mostram desproporcionais ao número de profissionais da saúde, exigidos pelo CFP e pelas leis penais, e torna-se improvável exigir uma mudança que extrapole o paliativo, de um número irrisório de profissionais. Todavia, mesmo diante de todas essas limitações, o psicólogo deve, na medida do possível, procurar meios de promover o respeito as diferenças dentro do seu ambiente de atuação, elaborando dinâmicas e rodas de conversa que estimulem a reflexão favorável aos transexuais em cárcere e tornem a prisão um local um pouco menos tóxico em termos de convivência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ÁVILA, Simone; GROSSI, Miriam Pillar. Transexualidade e movimento transgênero na perspectiva da diáspora queer. 2012. 17 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.

BAYER, D. A; LOCATELLI, C. A. A origem das penas e das prisões e as maximização do direito penal como forma de repressão do delinqüente. Revista Científica Codex (Impressa), v. 2, p. 79-92, 2016

CASSERES, Livia. Anatomia do cárcere: alas lgbts e autodeterminação de gênero. Entrevista concedida a Roberta Olivato Canheo, Seminário Internacional Fazendo Gênero 11& 13thWomen’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianopolis, v.1,p.1-11. 2017 Disponivel em: http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1497738429_ARQUIVO_artigoFazendoGenero.pdf. acesso em: 11 junho 2020

Conselho Nacional do Ministério Público. A Visão do Ministério Público sobre o Sistema Prisional brasileiro. Vol. III. Brasília: CNMP, p. 36-50, 2018. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/images/Publicacoes/documentos/2019/BOOK_SISTEMA_PRISIONAL.pdf. Acesso em: 15 maio 2020.

DIAS, Renato Duro; BIJOS, L. M. D. J; IGREJA, R. F. A. M. L. xxvi encontro nacional do CONPEDI Brasília-df: gênero, sexualidades e direito II. Brasília- DF. p. 5-22, abr./2017. Disponível em: http://conpedi.danilolr.info/publicacoes/roj0xn13/wu0nu37x/3fpCxVN117CKq23E.pdf. Acesso em: 15 maio 2020.

FRANÇA, Fátima;PACHECO,Pedro; OLIVEIRA, Rodrigo Tôrres. O Trabalho da (o) psicóloga (o) no sistema prisional: Problematizações, ética e orientações. Conselho Federal de Psicologia. Brasília: CFP, 2016. 170pp

OLIVEIRA, José Wellington de et al . “Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere. Psicol. cienc. prof. Brasília. v. 38. n. spe2, p. 159-174, 2018 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932018000600159&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 maio 2020.

ULLMANN, R. A. Amor e sexo na Grécia Antiga. Porto Alegre: Edipucrs, 2007. (Coleção Filosofia, 194).

Downloads

Publicado

2020-11-25

Como Citar

Lins Felix de Moura, A. G., Rafael, D. D., Silva Galdino, L. Y., Barros, L. de M., de Lima, M. G., & Magalhães, T. S. (2020). TRANSEXUALIDADE EM CÁRCERE. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13863

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências Humanas e Sociais Aplicadas