INCIDÊNCIA DE AGRAVOS À SAÚDE MENTAL NA COMUNIDADE LGBTQIA+
Palavras-chave:
Ansiedade, Depressão, LGBTQIA .Resumo
Introdução: A saúde mental é um fator determinante para a qualidade de vida, possuindo fatores relacionados que diferem entre os segmentos sociais distintos. Assim, existem grupos detentores de variantes agravatórias para o desenvolvimento e progressão de patologias mentais. A comunidade LGBTQIA+ relata maiores índices negativos tangente à saúde mental, principalmente acerca dos transtornos de ansiedade, depressão e suicídio comparados aos adolescentes heterossexuais, evidenciando a necssidade de avaliação dos fatores que corroboram para esse cenário. Objetivo: Analisar os determinantes que influenciam o desenvolvimento de ansiedade e depressão na comunidade LGBTQIA+. Metodologia: Foi realizada revisão bibliográfica integrativa nas bases de dados Pubmed e BVS utilizando-se o descritor “LGBT AND Mental health”. Aplicando-se filtro de 5 anos e humanos, sem restrição linguística, retornaram 233 e 462 trabalhos, respectivamente. Aplicando-se critérios de inclusão (foco em ansiedade e depressão) e de exclusão (trabalhos repetidos e com enfoque em apenas um segmento da comunidade), juntamente com análise dos títulos e resumos, foram selecionados 15 artigos. Resultados: Foi observado que a maioria dos jovens que afirmam orientação sexual não heteronormativa referem sentimentos de insegurança (63%), tristeza e desesperança (60-63%). Além dos sentimentos referidos, a população LGBT também apresenta índices elevados de intenções suicidas, alcançando até 43% dos jovens. No entanto, especificamente no recorte de jovens transexuais, esse número pode chegar a 50%. Considerando o diagnóstico propriamente dito de depressão e ansiedade, homens homossexuais e bissexuais evidenciam-se com o dobro de risco em comparação com os homens heterossexuais. Enquanto que nas mulheres lésbicas e bissexuais, essas taxas variam de 40 a 33%. De forma geral, tanto os homens (48%) quanto as mulheres (69%)
pertencentes à comunidade LGBT evidenciaram maior propensão ao desenvolvimento de problemas de saúde mental, além de distúrbios de humor e abuso de substâncias. Alguns fatores foram associados a esses coeficientes relativos ao comprometimento da saúde mental, como rejeição familiar, estigma social e bullyng. Atribuídos conjuntamente à intimidação e preconceito aos jovens cujo comportamento não se encaixa nos padrões sociais de conformidade de gênero, que valorizam a dicotomia das figuras paralelas feminina e masculina, no contexto da heterossexualidade. Dependência financeira e necessidade de conviver com a rejeição acabam por desencadear ainda mais estresse e sintomas de ansiedade, que conferem um processo deletério ao psicológico do grupo LGBTQ+, perdurando a longo prazo. No entanto, algumas abordagens podem ser indicadas como protetivas à saúde mental desse grupo, como o suporte social (representado pela família e/ou amigos) e aceitação individual. Conclusões: É perceptível a negligência governamental evidenciada na ineficiência de políticas públicas e no preconceito da sociedade. Contudo, transtornos como depressão, ansiedade e tentativas de suicídio, especialmente durante o período da adolescência, são fatores que se refletem em índices alarmantes, constituindo-se um problema de saúde pública. Fazendo-se, então, necessária a avaliação desses fatores para uma abordagem mais ampla, adequada e humanizada para a população LGBTQIA+.
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