PREVALÊNCIA CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA EM JANGADEIROS DA PRAIA DE PAJUÇARA, MACEIÓ-AL, DO PERÍODO DE 2019 A 2020.
Palavras-chave:
Câncer de pele, Exposição Ocupacional, Proteção SolarResumo
Introdução: O câncer de pele não melanoma (CPNM) é o mais frequente do Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Compreendem o carcinoma basocelular, CBC e o carcinoma espinocelular (CEC). Quando detectado e tratado de forma precoce, há altos percentuais de cura, contudo, a não detecção ou tratamento pode levar a um aumento da morbidade e da qualidade de vida. Objetivo: Este estudo objetivou identificar câncer de pele não melanoma nos jangadeiros pertencentes à Colônia de pescadores Z1 Almirante Jaceguay e os fatores de riscos aos quais os mesmos estão expostos, principalmente exposição crônica às radiações UVA e UVB, para em seguida correlacionar esses dados. Método: Estudo do tipo descritivo e transversal na população de jangadeiros da praia de Pajuçara, Maceió-AL. O tamanho da população foi de 262 jangadeiros que fazem parte de uma Colônia de Pescadores da Pajuçara. Foram ministradas palestras com orientações, visando fornecer mais informações sobre o câncer de pele não melanoma e distribuídos kits de proteção, como de protetor solar para uma maior conscientização do uso. Para obtenção dos dados foram utilizados formulários com questões fechadas simples e diretas sobre questões como: sexo, faixa etária, etnia, cor dos olhos, tempo de profissão com exposição solar, tempo de exposição solar ocupacional, se faz uso de proteção solar, hábito de reaplicar, histórico familiar de câncer de pele. Resultados: De um N de 262, em dois encontros na Associação, apenas 62 jangadeiros compareceram para a realização das atividades, sendo 31 no primeiro encontro e 31 no segundo. Desses 62, em 2 jangadeiros, pertencentes ao sexo masculino, foram identificadas as lesões ainda precoces do tipo CBC (carcinoma basocelular). Ambos foram encaminhados através do Complexo Regulador de Maceió (CORA) para assim, realizarem o agendamento de exérese. Outros dados importantes relatados pelos participantes foram que: 58 trabalham o dia todo expostos aos raios solares, 4 no período entre 10 e 15 horas e 57 trabalham dessa forma há mais de 15 anos. Além disso, nenhum dos participantes utiliza equipamentos que protejam todas as partes do corpo contra a radiação UV e 34 participantes relataram utilização de protetor solar, entretanto, apenas 5 participantes afirmaram que reaplicam o protetor solar durante o dia e destes 5, somente 1 utiliza fator de proteção 60. Conclusão: Apesar de maioria dos estudos apresentarem uma alta correlação entre exposição à radiação UV e a incidência de CEC e CBC. De fato, nessa categoria especifica de trabalhadores, observou-se uma prevalência de apenas 3,2 % de lesões dermatológicas, especificamente CBC. Entretanto, foi possível confirmar que o público alvo da pesquisa está muito exposto a radiação UV em uma intensidade que causaria danos à saúde humana e não está utilizando as devidas medidas de proteção.
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