GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E OS RISCOS DE UMA SEXUALIDADE PRECOCE
Palavras-chave:
Família, Gravidez na adolescência, Sexualidade.Resumo
INTRODUÇÃO: Apesar da adolescência ser considerada um período curto, é nela que ocorrem mudanças biológicas, física, psicológica e comportamentais, que são determinantes na busca da autoafirmação e que tendem a acarretar complicações no ciclo de vida no futuro. A gravidez vista nesta etapa é uma realidade no Brasil e, apesar de susceptível em qualquer classe social, o fator econômico tem sido determinante nos índices estatísticos. OBJETIVO: Analisar o perfil das adolescentes que utilizam os serviços do ambulatório e enfermaria de ginecologia e obstetrícia do Hospital Veredas, identificando as razões que levaram a maternidade precoce, para caracterizar as relações sociais, familiares e escolares das gestantes durante a gravidez e suas expectativas de futuro na construção afetiva da relação mãe-filho. METODOLOGIA: Pesquisa analítica, individual, transversal e observacional, com dados coletados através de análise de prontuários para seleção da amostra e entrevistas com as gestantes do ambulatório e enfermaria de ginecologia e obstetrícia do Hospital Veredas, localizado na cidade de Maceió, Alagoas, entre os meses de agosto de 2019 a 12 de março de 2020. Para a realização das entrevistas, teve-se a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes (UNIT). RESULTADOS: As adolescentes possuíam entre 14-19 anos, sendo a primeira gestação de todas e sem relatos de aborto prévio. 66,6% das gestantes, relatam não ter sido uma gravidez planejada, tendo de início uma falta de apoio dos familiares. Pode-se observar que o cenário de não aceitação no contexto familiar reflete nos outros ciclos de convívio social (parceiro, amigos e âmbito escolar). Nota-se através da narrativa das mulheres, que a gravidez na adolescência é considerada um tabu e quando associada a ausência de uma rede de apoio, agrava sua rejeição, refletindo na dificuldade de aceitação do seu futuro enquanto mãe. Outro dado observado, é que 41,6% das adolescentes mantinham um relacionamento com o seu parceiro, declarando que o pai pretendia participar ativamente na criação do filho, transmitindo um sentimento de tranquilidade. 58,3% das jovens analisadas afirmam continuar estudando e ter interesse em retomar projetos de vida, no âmbito escolar ou no futuro profissional, após o nascimento do bebê. Assim, há possibilidade de garantir um futuro melhor à criança e também de permitir a adolescente manter seu desenvolvimento e amadurecimento. DISCUSSÃO: Diante da análise dos dados coletados e do embasamento na bibliografia, nota-se que a gravidez na adolescência não só é uma realidade no município de Maceió, como permanece um importante problema de saúde pública gerando impactos negativos nos aspectos sociais, econômicos e nos indicadores de saúde das jovens gestantes. Apesar desta realidade, a temática abordada ainda é muito negligenciada, refletindo na escassez de estudos atualizados especialmente no Brasil. Portanto, não há dúvida da necessidade de pesquisas como esta, para produzir uma bibliografia mais atual e condizente com a realidade do país, para que possam ser desenvolvidas medidas preventivas voltadas a sexualidade e as práticas sexuais na adolescência, e uma rede de apoio as adolescentes gravidas, na tentativa de minimizar os impactos negativos que a maternidade precoce pode causar.
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