AVALIAÇÃO DA SOROPREVALÊNCIA PARA DOENÇA DE CHAGAS EM UM MUNICÍPIO BRASILEIRO COM A PRESENÇA DE TRIATOMÍNEO.

Autores

  • Leonardo Lopes Fortes Melro UNIT-AL
  • Tiago Ferreira Albuquerque Tenório
  • Cesário da Silva Souza
  • Sarah Dominique Dellabianca Araújo
  • Carlos Fernando Rocha dos Santos

Palavras-chave:

Diagnóstico, Doença de Chagas, Epidemiologia.

Resumo

Introdução: A Doença de Chagas (DC) apresenta o quarto maior impacto social e mortalidade entre as doenças infectoparasitárias, atrás apenas das doenças respiratórias, diarreias e AIDS. É principal doença negligenciada no Brasil¹. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem seis a sete milhões de infectados no mundo. No Brasil, esse número é de 1.156.821². A cardiopatia chagásica crônica é a forma clínica sintomática mais prevalente, sendo responsável pela elevada morbimortalidade, com grande impacto social, financeiro e médico-trabalhista. A insuficiência cardíaca (IC) crônica instala-se 20 anos ou mais após a infecção. Os maiores custos vêm da fase crônica. Estima-se que no país ocorram anualmente 6.000 mortes devido às complicações crônicas3 . Morte súbita é a principal causa de morte, 55% a 65% dos casos – mais comumente fibrilação ventricular e assistolia; seguida da IC e fenômenos tromboembólicos4 . A forma digestiva se dá através do megaesôfago e megacólon, nos casos mais graves5 . Objetivo: Análise da distribuição geoespacial de acordo com as áreas de abrangência dos serviços de saúde do município em diferentes níveis de atenção e vulnerabilidade social. Metodologia: Estudo epidemiológico, transversal descritivo, tipo levantamento com base em dados secundários. Posteriormente foi descrito associações entre localização geográfica e número de casos, por meio de geoprocessamento com registro ético número: 3.417.202. Resultados e discussão: O número total de triatomíneos entregues, entre 2017 e 2019, foi de 122. Desses, foi realizada a pesquisa de protozoários em 58 amostras (47,54%). Dos 58 triatomíneos, 15 estavam infectados com Trypanosoma cruzi (25,86%). Em relação à fase evolutiva, 86 eram adultos e 36 ninfas. Quanto ao sexo, nos adultos, 42 eram machos e 44 fêmeas. Ao se analisar qual o período do ano em que mais triatomíneos foram entregues, pôde-se evidenciar que 68% (83) foi entregue no primeiro semestre, e os outros 39 (31,9%) no segundo. Os meses com mais registros foram maio (28) e março (32). Já quanto à distribuição dentre os bairros de Maceió, o destaque foi Jacintinho, com 53 triatomíneos (43,4%). Em seguida, o Trapiche, com 23 (18,8%), e o Vergel do Lago, com 19 (15,5%). Conclusão: Conclui-se que esses dados servem para levantar a hipótese de que a Doença de Chagas Aguda está sendo subnotificada, tendo em vista que moradores de alguns bairros estão levando o inseto vetor da doença ao LACEN e o protozoário causador da patologia está sendo encontrado nas amostras microscópicas. Vale ressaltar ainda que os bairros com maior número de registros de triatomíneos (Jacintinho, Trapiche e Vergel do Lago) são considerados regiões de vulnerabilidade social, denotando como a desigualdade socioeconômica está estritamente associada à história natural e ao desenvolvimento da DC.

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Referências

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Melro, L. L. F., Tenório, T. F. A., Souza, C. da S., Araújo, S. D. D., & dos Santos, C. F. R. (2020). AVALIAÇÃO DA SOROPREVALÊNCIA PARA DOENÇA DE CHAGAS EM UM MUNICÍPIO BRASILEIRO COM A PRESENÇA DE TRIATOMÍNEO. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13805

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PIBIC/FAPEAL - Ciências da Saúde e Biológicas