SURDO E SAÚDE: O USO DE LIBRAS NA MEDICINA
Palavras-chave:
atendimento, comunicação, entraves, língua de sinais, medicinaResumo
Introdução: A comunicação é essencial para a interação social, pois através dela pode-se observar as individualidades do outro. A língua possui valor fundamental, atribuído à relação que as pessoas se entendem mutuamente. Esse diálogo, seja de forma verbal ou não-verbal, apenas efetiva-se quando a mensagem transmitida pelo locutor é recebida sem distorção de sentido pelo interlocutor. Porém, para os surdos, esta língua apresenta-se menos inclusiva, e, embora o Brasil tenha sua própria língua de sinais, os médicos não estão capacitados para esta relação de integração. Durante a assistência de saúde, a comunicação cuidadosa e responsável é imprescindível, com o objetivo de compreender o significado da mensagem que o paciente deseja enviar, para identificar suas necessidades. Entretanto, o indivíduo surdo encontra uma limitação ao buscar a Unidade de Saúde, devido à falta de capacitação da equipe para interpretar a Língua Brasileira de Sinais (Libras), gerando uma carência na assistência à saúde. Esse cenário cria barreiras no acesso ao cuidado em saúde, como a necessidade de um intérprete, restrição de uma boa relação médico-paciente, limitação da autonomia e liberdade de escolha do usuário, diagnóstico ineficaz, dentre outros entraves. Nesse contexto, humanizar a atenção à saúde apresenta relação direta com a comunicação entre os profissionais e todos os pacientes, visando o respeito às suas peculiaridades. Objetivo: Analisar os impactos da ausência de domínio da Libras pelos médicos no atendimento de pacientes surdos. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, na qual realizaram-se buscas online de artigos nas bases de dados científicas U.S. National Institutes Of Health's National Library of Medicine (PUBMED) e na Biblioteca Nacional de Saúde (BVS) utilizando como descritores "Physician-Patient Relations”, “Sign Language”, “Deafness”, “Medicine”, "Patient Care", “Disabled Persons” e “Primary Health Care”, com o boleando “AND”. Destas foram encontrados 42 artigos publicados em inglês e português, com filtro de 5 anos, dos quais 20 foram excluídos por título, 16 foram excluídos por não falarem do tema e 6 possuíam relação direta com o tema abordado. Resultados: A maioria dos estudos correlacionou os entraves enfrentados pelos surdos no âmbito médico, apresentando como principais problemas: ausência de intérpretes, a necessidade de um acompanhante, embora prefiram o atendimento por profissionais que estabeleçam uma comunicação direta e que os coloquem como centro da consulta, através da língua de sinais brasileira. Além disso, há o desconforto médico na comunicação com pacientes surdos em comparação com demais pacientes, a ineficiência do uso de ferramentas como escrita e gestos, em substituição à Libras, pois não permitem uma escuta qualificada das suas necessidades de saúde, nem o adequado entendimento dos cuidados ofertados pelo serviço, provocando ansiedade e frustração tanto nos profissionais quanto na pessoa surda, comprometendo o diagnóstico dos problemas de saúde e o tratamento do paciente. Conclusão: Portanto, o desconhecimento da Libras pelos médicos impacta negativamente na qualidade do atendimento de surdos, impossibilitando o estabelecimento de um elo de entendimento entre médico e usuário, gerando falha no atendimento humanizado e inclusivo.Downloads
Referências
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